Eduardo Leite migra para o PSD e redesenha o cenário político na região

69
Eduardo Leite / Crédito: Divulgação

O governador Eduardo Leite oficializou sua filiação ao Partido Social Democrático (PSD) ontem (9/5), em São Paulo. Ter Leite no partido é desejo antigo do presidente nacional Gilberto Kassab. A troca do PSDB do PSD era especulada há meses, porém confirmou-se nesta semana. Leite fez reunião on-line com prefeitos e vice-prefeitos do PSDB para comunicar a desfiliação após 24 anos e solicitar a “migração em massa” para o PSD. Alguns deputados também devem acompanhá-lo, entre eles Lucas Redecker.

Em nota divulgada nas redes sociais na quinta-feira, Leite afirmou que a decisão não foi simples pela importância do PSDB em sua formação política. Justificou a mudança como uma resposta às “circunstâncias do cenário político e eleitoral” que exigem “novos caminhos”.

A migração ocorre em meio a negociações de fusão entre PSDB e Podemos, e reflete o enfraquecimento dos tucanos no cenário nacional – partido teve presidente da República (FHC) e candidatos posteriores como José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Com a saída de Leite, o PSDB passa a contar com apenas um governador em exercício no país.

No Vale do Taquari e na área da Amsol, a mudança partidária do governador também repercute entre lideranças locais. Em Teutônia, o presidente da Câmara de Vereadores, Luis Henrique Wermann (PSD), considera o movimento natural, diante da fusão PSDB e Podemos. Vê com bons olhos a chegada de novos membros, apesar da disputa municipal entre PSD e PSDB em 2024 – apesar das alianças em 2020 e 2016. Presidente do PSD de Teutônia e ex-vereador, Cleudori Paniz, também considera o movimento natural, “pois como o PSDB não existirá mais, eles precisam de outro partido”.

A prefeita de Boa Vista do Sul, Patrícia Lúcia Bagatini (PSD), acredita que a filiação de Leite fortalecerá o partido. Na cidade, PSD e PSDB são aliados desde 2020. Ela destaca a importância de ter uma liderança estadual próxima para atender às demandas locais. “Acho que o Eduardo é um grande nome para o partido em nível estadual e federal. Fortalece muito o partido”, opina.

Já o ex-prefeito de Teutônia, Jonatan Brönstrup (PSDB), que concorreu à prefeitura em 2024 contra o PSD, afirma que, neste primeiro momento, permanecerá no PSDB porque não pretende concorrer a cargo eletivo em 2026, ressaltando que “a política nos prega cada uma”.

O vereador teutoniense Hélio Brandão da Silva (PSDB) falou sobre a fusão entre PSDB e Podemos imposta “de cima para baixo”. “Cabe-nos acatarmos e aguardarmos o andar da carruagem”, disse. Ele tem convites para ingressar no PSD, PP e Republicanos. Com a ida de Lucas Redecker ao PSD, a tendência maior vai nesta direção.“Se abrir janela para mudar de sigla, com certeza irei definir outra sigla partidária”, explica.

A vereadora teutoniense Neide Jaqueline Schwarz (PSDB) também citou a reunião on-line com Redecker, mas não definiu seu futuro político. “Sinceramente ainda não sei…”, afirma. Ela está focada no movimento “RS Pedágios não”.

A filiação de Eduardo Leite ao PSD também é movimento estratégico para eleições de 2026. O PSD já conta com o governador do Paraná, Ratinho Júnior, como pré-candidato à presidência. A ideia é manter ambos sob os holofotes para avaliar a viabilidade de suas candidaturas. A sigla trabalha como terceira via, sem conexões com Lulistas ou Bolsonaristas.

Eduardo Leite tem 40 anos e é o primeiro governador reeleito da história do Rio Grande do Sul. É natural de Pelotas, onde foi prefeito, é bacharel em Direito e estudou políticas públicas na Columbia University, em Nova Iorque/EUA.

- publicidade -

DEIXE UMA RESPOSTA

Escreva seu comentário!
Digite seu nome aqui