Um ano após as cheias, livro reúne imagens e análises sobre os desastres no Vale do Taquari

78
Crédito: Divulgação

Um ano após as inundações que devastaram o Vale do Taquari entre 2023 e 2024, foi lançado o livro digital Marcas na paisagem: memórias para construir a resiliência no Vale do Taquari. A obra gratuita, com cerca de 230 páginas e mais de 600 imagens, propõe um olhar coletivo, crítico e sensível sobre os eventos climáticos extremos que afetaram a região, suas causas estruturais e os caminhos possíveis para a reconstrução social e ambiental.

Idealizado pela professora e pesquisadora Elisete Maria de Freitas, da Universidade do Vale do Taquari – Univates, o projeto é fruto de uma construção colaborativa com o engenheiro ambiental Cleberton Bianchini, o jornalista Lucas George Wendt, o biólogo Mathias Hofstätter e a fotógrafa Monique Bruxel. A diagramação ficou a cargo do designer Marlon Cristófoli, da Editora da Univates. A equipe reuniu relatos, registros visuais e interpretações técnico-científicas para documentar os impactos e refletir sobre a relação da população com o meio ambiente.

Dividido em oito capítulos, o livro percorre desde a contextualização histórica e geográfica da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas até os impactos das enchentes sobre as matas ciliares, fauna, flora e áreas urbanas e rurais. Um dos capítulos mais impactantes é o de número 3, que reúne dados e imagens das enchentes ocorridas em setembro e novembro de 2023 e maio de 2024. Já o capítulo 4 analisa como a devastação das matas ciliares contribuiu para agravar os desastres, com imagens comparativas que revelam a extensão dos danos e as dificuldades de regeneração espontânea.

O último capítulo da obra, intitulado “Superação, memória, educação e futuro”, reúne depoimentos de moradores, lideranças e educadores que viveram os efeitos das enchentes e agora participam de ações de reconstrução e educação ambiental. O livro mostra não apenas as perdas materiais e humanas, mas também os gestos de solidariedade, os mutirões e os projetos comunitários que surgiram a partir da tragédia.

Confira a obra completa aqui.

Embora contenha aspectos emocionais e simbólicos, o fotolivro é fundamentado em dados técnicos e análises científicas. A obra destaca fatores históricos que potencializaram os impactos das cheias, como a urbanização desordenada, a degradação ambiental, o uso inadequado do solo e a ausência de políticas públicas de prevenção. Além disso, insere o Vale do Taquari em um debate mais amplo sobre mudanças climáticas e vulnerabilidade socioambiental. A topografia acidentada da região, com planaltos e encostas íngremes, é apontada como um elemento determinante para a dinâmica das inundações, reforçando a necessidade de planejamento urbano e respeito às características naturais do território.

- publicidade -

DEIXE UMA RESPOSTA

Escreva seu comentário!
Digite seu nome aqui