O Baile de Munique, de Teutônia, segue a escrever sua bonita história no futsal feminino do Vale do Taquari e agora também pelo estado. Nos dias 7 e 8 de junho, o clube conquistou seu décimo título na temporada de 2025. Em comparação com 2024, falta apenas uma conquista para igualar o número de triunfos (11).
A taça veio com a vitória da categoria Sub-16 contra um clube de Dois Irmãos, na decisão do Aberto do Soberano, em Presidente Lucena. Para coroar a campanha, o time ainda ficou com todos os prêmios individuais da competição: melhor goleira – Thais Wenz, artilheira – Kassi Zanatta, destaque da final – Kassi Zanatta e treinador do torneio – Wellington Silva.
O título se soma com as conquistas que vieram de diferentes municípios: Soledade, Bento Gonçalves, Presidente Lucena, Fazenda Vilanova, Santa Cruz do Sul e Dois Irmãos.
Para o treinador, Wellington Silva, o “Pisca”, o título recompensa o trabalho da equipe. “Essa décima conquista só reforça que estamos no caminho certo. É fruto de coletividade, de uma comissão técnica dedicada, das atletas que se entregam nos treinos e, principalmente, do apoio das famílias, que estão com a gente em todos os momentos”, aponta.
“Pisca” também comenta que as meninas devem focar em se divertir. “Indiferente do resultado, o que eu sempre reforço com as gurias é: entrem em quadra, deem o melhor de vocês, joguem com alegria e levem a sério o que estão fazendo. O restante é consequência do trabalho que elas fazem no dia a dia”, relata.
Constante crescimento
Oficialmente criado em 18 de outubro de 2018, o Baile de Munique está em seu sétimo ano de atividades. No entanto, o clube surgiu anos antes, entre 2013 e 2014, com disputas escolares e torneios internos. Desde o início, a liderança é de Wellington Silva, que transformou o projeto de um grupo escolar em uma referência no futsal feminino de base da região.
O trabalho é realizado principalmente nos ginásios da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Teobaldo Closs e na comunidade de Linha São Jacó, em Teutônia, com apoio da prefeitura do município. Mesmo com quadras de dimensões menores, o time consegue se adaptar a diferentes tipos de competições, inclusive em ginásios com medidas oficiais, como os utilizados nas principais ligas do estado.
Com categorias que vão desde a iniciação, a partir dos 8 anos, até o grupo adulto, o Baile de Munique prioriza a formação de atletas. Atualmente, o projeto atende meninas de todas as idades, passando por Sub-11, Sub-13, Sub-15, Sub-17 e Adulto. Os treinos ocorrem sempre à noite ou aos sábados pela manhã, com participação das famílias das atletas.
O crescimento do projeto chamou a atenção de grandes clubes. Não apenas pelos mais de 50 títulos conquistados em toda a história, mas também pelo bom desempenho de algumas jogadoras. Agora, por exemplo, atletas da equipe Sub-11 foram convidadas pela Celemaster, de Uruguaiana, para disputar o Gauchão pela maior equipe de futsal feminino de base do Rio Grande do Sul.
Além disso, o técnico Wellington também recebeu convite para integrar temporariamente a comissão técnica da Celemaster, o que mostra o respeito que o trabalho do Baile de Munique conquista no cenário estadual.
Como parceiro, o clube tem firmado relação importante com o Grêmio. Atletas como a goleira Thais Wentz e a ala Kassi Zanatta já vivem experiências com o clube da capital e disputam torneios como a Copa Cidade, de Curitiba e a Copa Nike, em São Paulo. O intercâmbio com o tricolor inclui treinos semanais e transição de algumas atletas para o futebol de campo.
“A visibilidade que algumas atletas estão ganhando, com convites de clubes como Grêmio e Celemaster, mostra que o que estamos fazendo em Teutônia tem repercussão no estado inteiro. É um reconhecimento motivador e faz com que sigamos no trabalho”, engrandece.
Novos desafios
O foco do Baile de Munique segue na formação, mas o planejamento esportivo é mais ambicioso. Além das competições regionais e estaduais, a equipe já projeta a participação em um torneio internacional no fim do ano, a Copa Mundo de Futsal em Foz do Iguaçu.
Outro desafio será a disputa de torneios masculinos. A equipe Sub-16 feminina vai encarar campeonatos abertos masculinos como forma de acelerar o desenvolvimento técnico e físico das atletas. A intenção é colocar as meninas em situações de jogo mais exigentes, o que deve preparar o grupo para os compromissos mais importantes do segundo semestre.
Wellington ressalta a realidade da equipe, que agora é considerada uma potência na região. “O Baile de Munique virou uma referência no futsal feminino de nossas redondezas. Sabemos da responsabilidade que carregamos, mas é algo bom, que nos dá ainda mais vontade de seguir com a evolução, formação de atletas e na representatividade de Teutônia por onde jogarmos”, avalia.
Estrutura e dedicação coletiva
Por trás dos resultados, está uma comissão técnica dedicada e multidisciplinar. Além de Wellington, o projeto tem profissionais de fisioterapia, preparação de goleiras, análise de desempenho e comunicação.
A ligação com os clubes da capital, o cuidado com a formação individual de cada jogadora e o apoio das famílias fazem do Baile de Munique muito mais do que uma equipe vencedora: trata-se de um projeto social, esportivo e educacional.
“O nosso maior objetivo sempre foi a formação de atletas e cidadãs. Os títulos são importantes, claro, mas ver o crescimento pessoal de cada menina, dentro e fora da quadra, é o que mais nos orgulha”, afirma.
