Ensaios apresentam talentos surpresas e elevam a régua

Evento musical reúne mais de 50 artistas amadores de 25 cidades do RS; classificatórias ocorrem em agosto e a final, no dia 23

110
Crédito: Anderson Lopes

A bateria de ensaios realizados nos estúdios do Grupo Popular reuniu dezenas de participantes que vieram ajustar a performance com o diretor musical Márcio “Marcinho” Staggemeier, o Maestro. O 5º Festival Popular da Canção consolida-se como um dos principais espaços de valorização de cantores amadores no Rio Grande do Sul.

O evento, que nasceu com foco regional, agora atinge um novo patamar ao reunir 50 candidatos de 25 cidades de regiões distintas do estado. Entre elas, Porto Alegre, Guaporé, Nova Bassano, Parobé, São Pedro da Serra e Montenegro.

Criado com o propósito de oferecer palco e visibilidade a cantores que costumam se apresentar apenas em ambientes informais, o festival mantém seu espírito comunitário e familiar, mas amplia sua relevância ao alcançar artistas de diversas regiões gaúchas, trazendo talentos surpreendentes.

De acordo com o coordenador do evento, Marcelo Brentano, esta será uma edição histórica, pois bate recorde em crescimento da participação e alcance estadual. “O festival nasceu para dar voz a quem não é profissional, a quem canta no chuveiro, em família, no barzinho. E, agora, temos candidatos de todo o Rio Grande do Sul”, comemora.

Brentano lembra que, na primeira edição, apenas moradores das cidades vizinhas à sede do evento podiam participar. “Hoje, a gente pode dizer com orgulho que é um festival estadual, feito pela comunidade e para a comunidade”, afirma.

As etapas classificatórias serão realizadas nos dias 1º e 2 de agosto, sendo o primeiro dia dedicado às categorias Infantil e Juvenil e o segundo, à categoria Livre. Os selecionados se apresentarão novamente na grande final, marcada para 23 de agosto. “Toda a comunidade está convidada a prestigiar as apresentações, que ocorrem em ambiente acolhedor e voltado a todas as idades”, aponta o produtor cultural.

Inspiração vem dos anos de ouro

Segundo um dos idealizadores do festival e diretor do Grupo Popular, Sílvio Brune, a inspiração veio dos festivais nacionais em tempos difíceis. Foram os anos de regime militar que lançaram grandes nomes como Roberto Carlos, Nara Leão, Geraldo Vandré e Caetano Veloso. “São artistas que perduraram mais tempo, com letras consistentes, pois tinham que escrever sem serem censurados”, conta.

Brune recorda que a ideia era remontar a busca por talentos e vê o festival como grande impulsionador do movimento na região. “Convidei o Brentano, pois sabia que ele rodaria o projeto”, fecha.

Disputa acirrada com grandes talentos

O Festival Popular da Canção segue fortalecendo a cultura local e estadual, oferecendo uma vitrine inclusiva e acessível a novos talentos. Reafirma a importância da arte como ferramenta de expressão e conexão entre as pessoas.

Conforme Staggemeier, o destaque desta edição é o nível técnico em termos de desenvolvimento no palco. “O que me impressiona é o nível dos candidatos: os mais jovens, da categoria infantil, com experiência no canto. Estamos chegando a um nível de excelência, em todas as categorias, mas mais acentuado no infantil e juvenil”, relata.

Ele aponta que muitos já têm experiência de palco. “Sabem o que querem, escolhem seus arranjos com segurança e demonstram desenvoltura desde os primeiros ensaios. Ninguém tem medo de palco aqui”, conclui o Maestro.

Amantes da música garantem emoções à vista

Cazuza, Tom Jobim, Djavan, Bruno e Marrone, Henrique e Juliano, Fábio Júnior, Teixerinha, Cássia Eller, Caetano Veloso, música gospel são só algumas referências do que há por vir no festival, que, ao atrair talentos com experiência, enriquece a bagagem de todos.


Érika de Castro, de Poço das Antas, vai cantar Cazuza / Crédito: Anderson Lopes

Os ensaios ocorreram no fim de semana passado (12 e 13/7). A organização fluiu e cada candidato obedeceu a um horário reservado ao estúdio para apresentar a música e melhorar a performance junto ao diretor musical. Ao passo que iam chegando, os cantores amadores vislumbravam um ambiente profissional, compartilhando com familiares que aguardavam na recepção.

Muitos dos concorrentes viajaram mais de 100 quilômetros para cantar um pouco, com apoio familiar, o que pode explicar os olhos marejados saindo do estúdio após a prática da arte do canto. Talvez, o que acontecia na mente dos participantes é o que mais impactava. No estúdio, soltaram a voz. Algumas emocionaram a todos. Os aprimoramentos elevaram ainda mais o nível acirrado da disputa. Um desafio para os jurados do 5º Festival Popular da Canção.


Apoio importante: algumas famílias percorreram mais de 100 quilômetros para acompanhar os ensaios / Crédito: Anderson Lopes

Música como terapia

Érica de Castro, de Poço das Antas, vai cantar Cazuza. Para ela, o Festival é importante para conhecer coisas novas e aprender a se enturmar e lidar com a pressão de cantar em um palco, importante tanto para quem está começando quanto para quem quer melhorar. Realmente testar suas habilidades e coisas diferentes. “Quando eu canto, me sinto meio livre, parece que todos os teus problemas desaparecem, me conecto, é um momento muito bom, gosto de sair de lá com aquela alegria”, conta.

Akira Marques Junges (26), de São José do Sul, vai interpretar a música Malandragem, de Cássia Eller. O primeiro contato com a prática musical foi aos 7 anos, quando se encantou pela flauta doce. Ela seguiu com a música e, há 3 anos, focou nos estudos do canto. A paixão persiste e faz parte da sua identidade. “Música para mim é um conforto, tenho aulas na sexta, então a semana toda fico com a cabeça bagunçada. Mas chegou na sexta-feira, é uma paz, uma terapia, e a música tem muito disso, de ser terapia. É onde eu me acho, meu ponto de paz”, revela ela.

Alana Althaus iniciou no mundo da música aos 14 anos, dentro da igreja. Ela fez cursos vocais, de coral, de instrumentos, mas decidiu focar na voz. Embora tenha acompanhado todas as edições do festival, esta é a primeira vez que participa. “Quando eu canto, sinto que a música mexe, acelera ou acalma o coração. A música pode nos curar, pois nos leva para o mundo do qual a gente precisa às vezes. A música é tudo, é meu o mundo”, expressa.


Paola Lis (19), de Porto Alegre, cantará a música Oceano, de Djavan / Crédito: Anderson Lopes

A Relações Públicas Alana Gaussmann Flores tem a música como um hobby e parte da sua rotina. “Me sinto bem cantando, sempre tive esse contato, meu pai cantava, meu tio também. A música sempre me fez sentir muito bem. Isso mexe com o psicológico da gente, com o emocional, traz alegria adicional”, conta.

Esta é a primeira vez que ela vai se apresentar ao público. Quando criança, cantou algumas vezes em um festival em Linha Clara, em Teutônia, mas a experiência agora, como adulta, é inédita. “O mais legal é participar, se desafiar, arriscar, ter o frio na barriga”, conclui.

O 5º Festival Popular da Canção acontecerá no auditório do Colégio Teutônia, que oferece toda a estrutura necessária para os artistas, com equipamentos de som, iluminação e uma banda oficial para acompanhamento musical.

Os competidores terão a chance de ganhar troféus e premiação em dinheiro: o primeiro colocado de cada categoria receberá R$ 1 mil, o segundo, R$ 500, e o terceiro, R$ 250. Além disso, todos os participantes serão contemplados com um certificado de participação.

Os ingressos estão disponíveis a R$ 75 na sede do Grupo Popular, em Teutônia; com os candidatos, as voluntárias do Reuse (junto ao HOB), o Grupo de Danças Movimentu’s, a Horta Comunitária e nas Lojas Certel de Teutônia e Westfália.

O 5o Festival Popular da Canção é uma promoção do Grupo Popular de Comunicação e realizado pela Brentano Projetos e Eventos Culturais. Tem o patrocínio de American Nutrients, Certel, Sicredi e Fuchs do Brasil, além do apoio de Colégio Teutônia e Protepac e o apoio institucional da Prefeitura de Teutônia.

- publicidade -

DEIXE UMA RESPOSTA

Escreva seu comentário!
Digite seu nome aqui