Nem o frio da manhã nem a cerração foram obstáculos para a fé e o calor humano que tomaram conta das ruas de Teutônia neste domingo, 20 de julho, durante a 26ª Festa do Colono e Motorista. Promovido pela Paróquia Nossa Senhora do Rosário, a missa reuniu mais 300 pessoas pessoas para um dia de celebração, reencontros e agradecimentos e, não por acaso, também o Dia do Amigo.
O ponto de partida foi o Posto Canteiros, local que há 26 anos sedia a missa especial da festa. Às 7h30, os fiéis foram acolhidos com um café colonial gratuito, oferecido por empresas da comunidade que, ano após ano, fazem da recepção um gesto de carinho. “Pensamos em proporcionar esse conforto, porque muitos saem cedo de casa, com crianças, e nem sempre têm algo para comer antes da missa”, relatou Wilson Marcos, empresário que participa da festa desde a primeira edição.
Às 8h30, a missa foi conduzida pelo padre Pedro Ritter, que celebrou a força da comunidade:“Deus nos deu um grande presente com esse dia. A cerração logo vai passar, e teremos um domingo maravilhoso. Esse evento é para agradecer e valorizar o agricultor, o motorista e todos que fazem nossa região crescer com trabalho e fé”, afirmou.

Logo após a celebração, a imagem de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas, foi leiloada. A empresa Eleonir Telhas arrematou o direito de conduzir o santo na próxima edição por R$ 8 mil. Neste ano, quem teve essa missão foi o próprio Posto Canteiros. A administradora Deise Fabiane Gertner se emociona ao levar a imagem na procissão.
“Foi a primeira vez que participamos carregando o santo. É muito emocionante. Envolve dias de preparo, a equipe, as crianças… mobiliza todo mundo. É uma experiência linda.”
A procissão, com dezenas de caminhões preparados especialmente para o momento, percorreu os bairros Canabarro, Languiru e o Centro Administrativo, até o ginásio da comunidade católica. No trajeto, buzinas soaram como preces em movimento. A bênção dos veículos coroou esse momento de fé, no ano passado, foram cerca de 500 veículos abençoados com 180 litros de água benta.
Ao meio-dia, os aromas da cozinha tomaram conta do ginásio. Com mais de 1.000 cartões de almoço vendidos, a refeição foi preparada por mais de 120 voluntários, como a animada Marilisa Dornelles Martins, que cuidava das saladas:
“A nossa maionese é espetacular! E tudo aqui é feito com muito amor para receber os caminhoneiros, os colonos e quem vier celebrar conosco.”
Na linha de frente das churrasqueiras estava Gilnei Leopoldo Gomes, o Maguila, responsável pelo assado:
“Estamos servindo carne de gado, porco, galeto e salsichão. Tudo feito de forma voluntária, com união. É muito bonito ver isso acontecer.”
Mais que um evento, a Festa do Colono e Motorista é um gesto de reconhecimento, encontro e continuidade.
“Tem gente que trabalhou na minha empresa, hoje está em outra, mas continua vindo pra festa. Aqui a gente reencontra amigos, compartilha histórias, valoriza quem faz o dia a dia acontecer”, resume Wilson Marcos.
A tarde seguiu ao som da Orquestra La Montanara, com música, dança e celebração. Um dia de fé que também celebrou os laços de amizade, memória e gratidão de uma cidade que cresce pelas mãos de quem planta, dirige e acredita no coletivo.
