Do município de Erval Seco, cidade no Norte do estado com características ligadas à tradição gaúcha, a dupla de irmãos Ego & Serginho completou 17 anos com a realização de show de aniversário no fim de semana, no Canabarrense, em Teutônia. A dupla esteve em turnê em cidades de Santa Catarina e se prepara para novas apresentações em Brasília, no Distrito Federal. Irmãos de sangue e de música, eles carregam no coração as raízes da terra natal e transformaram seu amor pela música em uma trajetória de sucesso.
A história de Ego & Serginho começa nos campos e nas festas comunitárias de Erval Seco, onde a música sempre fez parte do cotidiano. Filhos de uma família com forte tradição na música, os irmãos cresceram ouvindo o tio Silvestre Gonçalves do Amaral cantar e compor. “Ele que fez o hino da escola e do município. Chegou a cantar com duplas como Trivilin, Xisto Silva, do Alto Uruguai e com a dupla Heleno e Augusto, que já veio a Teutônia. Tinha a maioria das músicas de sua autoria. Hoje ele dá aulas, mas se aposentou dos palcos”, contam.
Outro integrante da família que contabiliza sucesso na música é o primo Lucas Boelt do Amaral. “Ele já foi considerado o melhor guitarrista do Rio Grande do Sul, junto com o Fernandinho, da Banda Brilha Som. O Lucas era o guitarrista da banda G10, quando eles ganharam DVD de ouro”, diz.
O primogênito Serginho lembra de quando participou do Festival Estudantil da Canção e ficou em segundo lugar, ganhando um violão. Ele tirou uma semana de férias da escola na casa do tio para aprender a tocar. O tio lhe ensinou conceitos básicos e, a partir dali, aprendeu sozinho.
O irmão e parceiro de palco, Ego, sugeriu fazer a segunda voz e alternar durante as músicas. Como era muito novo ainda, começaram mais devagar. Contudo, quando Serginho tinha 14 anos, ambos vieram morar em Teutônia e passaram a tocar e a cantar.
Serginho fala da admiração da mãe, esteio forte da casa que incentivou a dupla. “Dona Belizaria (em memória) ensinava o Ego a cantar em casa, a fazer gestos no palco. Ela incentivava muito, dizendo que tínhamos talento. Até os últimos dias da vida dela, sempre nos motivou”, recorda.
Com apenas 8 anos, Ego já encantava a plateia em festivais locais, colecionando primeiros lugares e mostrando que o talento corria nas veias.
Aos poucos, os ensaios em casa viraram apresentações na comunidade. Ego começou fazendo segunda voz para Serginho, mas logo a harmonia entre os dois se tornou única. “A gente percebeu que juntos era melhor. Quando eu me mudei para Teutônia por um tempo, senti falta da nossa música. Quando ele veio também, aí sim a dupla começou de verdade”, conta Serginho.
O primeiro show oficial foi em 2008, no Grêmio Recreativo Canabarrense, com equipamento simples, mas com o coração cheio de sonhos. Hoje, Ego & Serginho levam o nome de Erval Seco e também de Teutônia para todo o Brasil. Um dos momentos mais marcantes da carreira foi o projeto com a Orquestra Henrique Uebel, que os levou para grandes palcos em Santa Catarina e, em breve, Brasília.
“Caminhada longa, alcançamos lugares significativos. Já tocamos ao vivo no Jornal do Almoço, na RBS TV, na Fenachamp e realizamos um sonho ao participar do Show da Família, do Grupo Popular. Agora fomos a Santa Catarina com a Orquestra Herique Uebel e em breve estaremos em Brasília”, revela Serginho.
O futuro com novos projetos
A dupla não para. Além dos shows com a orquestra, eles planejam lançar novas músicas e continuar levando o sertanejo raiz com a identidade única que aprenderam em Erval Seco. “A música é nossa vida. E tudo começou aqui, nessa terra que a gente ama”, finaliza Serginho.
