Westfälische Tanzgruppe fortalece laços de tradição e amor em 30 anos de história

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Danças de integração animaram os jovens e as crianças / Crédito: Camille Lenz da Silva

O Westfälische Tanzgruppe celebrou 30 anos de história no dia 11 de julho. A primeira das ações de comemoração ocorreu no sábado (19/7), com a promoção do 1º Jugendtanztreffen – Encontro Infantojuvenil de Danças Folclóricas Alemãs. Além dos anfitriões, o evento reuniu 11 grupos das cidades de Brochier, Arroio do Meio, Imigrante, Poço das Antas, Teutônia, Paverama, Santa Clara do Sul, Forquetinha e Salvador do Sul.

A programação iniciou pela Avenida Henrique Uebel. Enfrentando o frio e a serração, os jovens se aqueceram com sorrisos, reencontros e muitas risadas em frente a Casa da Oase, para dar início a um desfile até o Salão da Associação Cultural e Esportiva Fluminense, onde foram realizadas as danças. Eles foram animados pela Orquestra Municipal, que trouxe diversos moradores para a frente de suas casas para acompanhar o evento.

Taila Sofia Hollmann está à frente da coordenação há 4 anos, mas dança no grupo há 13. “É uma parte da vida que a gente não nunca vai esquecer, porque são momentos muitos bons vividos”, cita. À frente do grupo, seu principal objetivo é repassar para as novas gerações todo o seu carinho pela dança, pelo folclore e pela cultura alemã. Ela, assim como muitos dos membros, tem no grupo uma família – perceptível pelo carinho com o qual lidava com os jovens, desde os menores até os mais velhos.


11 grupos de 10 cidades se apresentaram no sábado no salão do Flamengo / Crédito: Camille Lenz da Silva

O evento foi um marco de afeto e cuidado não só para Taila e as crianças, mas também para as dezenas de pais que acompanharam os filhos. Celebrando o filho Joaquim (13) estavam os pais Simone e Pedro Carniel. O jovem integra o Westfälische Tanzgruppe há cerca de 5 anos.

“É gratificante, porque que mexe com a nossa cultura, e ver ele em um grupo de convivência é muito bom”, conta Simone. “Ele está se integrando, não só com o grupo, mas com a comunidade também. É uma oportunidade que ele tem de sair, eles se apresentam fora, em outras cidades. Conhece lugares novos, outras pessoas, outras culturas. É algo que vai agregar muito também para o crescimento dele como pessoa”, acrescenta o pai.


Joaquim com os pais Pedro e Simone / Crédito: Camille Lenz da Silva

Além dos ensaios e de encontros como este, um marco importante para fortalecer ainda mais os laços do grupo foi a viagem à Europa, realizada em agosto do ano passado. A experiência foi muito emotiva, permitindo que o grupo transmitisse o legado dos antepassados, que chegaram ao Rio Grande do Sul há 201 anos. “Muitos idosos na Alemanha ficaram emocionados ao verem as danças e escutarem músicas antigas que eles próprios haviam esquecido, mas que ainda são cultivadas pelos grupos brasileiros”, disse Taila.

Um senhor, em particular, buscou a coordenadora após uma das apresentações. Uma das músicas interpretadas pelo grupo fez parte de sua vida enquanto jovem. “Ele disse que não a escutava há muito tempo. Não há palavras que descrevam isso, integrar a comunidade, as crianças, os jovens, os adultos”, emocionou-se Taila. Essa troca reforça a assertividade dos grupos brasileiros em preservar a cultura.

Par na dança e na vida

Foi também na viagem à Europa que Stéfani Adriana dos Santos de Moraes (21) foi pedida em casamento por Marques Renan Schlieck (23). Juntos há 4 anos, os membros do Westfälische Tanzgruppe viajavam pela primeira vez de avião e para fora do país. “Foi algo incrível que até hoje nos arrepiamos de lembrar. Um sentimento inexplicável estar com pessoas que compartilham dos mesmos sonhos e objetivos, de representar Westfália com muito amor e orgulho”, citam.

Marques conta que os colegas de grupo foram grandes incentivadores do pedido de casamento. “Como temos uma união forte e amorosa, pensei: por que não dar mais um passo? Apareceu a oportunidade de viajar para a Europa, com a cidade de Paris no roteiro… Decorei um discurso e a minha mãe foi quem levou junto em sua mala a aliança, sem que Stéfani soubesse de algo. Aproveitei o momento de estarmos na Torre Eiffel para me ajoelhar e pedir”, conta ele.

Stéfani já esperava pelo pedido, uma vez que casamento já era um assunto entre eles. “Ainda mais com a pressão dos nossos amigos, incentivando”, brinca. “Ela esteve junto comigo desde o início, me apoiando em tudo. Por que não fazer ela ser minha mulher para o resto das nossas vidas?”, revela Marques.

Apesar de o casal não ter se conhecido no Westfälische Tanzgruppe, esta é mais uma das lindas conexões que se fortalecem em grupos culturais pela região.

Marques encontrou Stéfani pela primeira vez em um jogo amador de futebol no campo do Flamengo, no fim de 2019. Porém, a vergonha não o deixou se aproximar. Em março de 2020, eles começaram a conversar pelo WhatsApp e se aproximaram. O namoro iniciou durante a pandemia de covid-19, mas, assim que os ensaios retornaram e Stéfani concluiu o ensino médio (2022), ele a incentivou a ingressar no grupo de Westfália, do qual participa há 14 anos.

Desde 2023, ambos cultivam ainda mais a cultura dos antepassados, não só como parceiros, mas como par de dança. “A dança apenas nos uniu ainda mais como casal, participando dos eventos, aprendendo e errando juntos. Vai além de passos ritmados, ela é uma forma de expressão, faz com que um confie no outro e nos movamos em uma mesma sintonia”, ressaltam.


Marques e Stéfani formam par na vida e na dança / Crédito: Camille Lenz da Silva

Café Colonial completa as celebrações

Além do encontro infantojuvenil, o Westfälische Tanzgruppe realiza a 5a edição do café colonial no próximo sábado (26/7). Enquanto degustam pratos tradicionais, aqueles que adquirirem seu ingresso poderão assistir às apresentações do grupo anfitrião, bem como as homenagens a ex-integrantes e apoiadores, além de uma encenação teatral. O café colonial inicia a partir das 19h, também no salão do Fluminense. Ainda há ingressos disponíveis com os integrantes da Westfälische Tanzgruppe ou pelas redes sociais oficiais do grupo.

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