Após ser duramente atingido pelas enchentes de 2023 e 2024, o Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, o Castelinho, em Lajeado, volta a receber sua comunidade escolar. A reabertura, celebrada nesta segunda-feira (4/8), marca o início do segundo semestre letivo de 2025 com um sentimento de recomeço e superação.

As águas do Rio Taquari invadiram a escola três vezes em menos de um ano, causando grandes prejuízos materiais e emocionais. Em maio de 2024, a estrutura foi coberta até o segundo dos três pavimentos. Documentos, equipamentos, móveis e parte da memória da instituição foram perdidos. “Foi doloroso ver a escola daquele jeito. Mas agora vemos um novo tempo se abrir com os investimentos que estão sendo feitos”, destaca a diretora Evanize Pires.
Mesmo diante das dificuldades, a comunidade escolar lutou para manter o colégio em seu endereço histórico, na Praça da Matriz. O governo estadual atendeu a esse apelo e manteve a instituição em seu local original, coordenando uma ampla obra de recuperação com a Secretaria de Obras Públicas (SOP).
Obras em fases e foco na resiliência
A recuperação do Castelinho está sendo realizada em três fases. A primeira, já concluída, contou com um investimento de R$ 2,6 milhões. Foram restauradas 24 salas de aula, além da cozinha, refeitório, sala dos professores, administração, miniauditório, banheiros e áreas de circulação. Os materiais utilizados foram escolhidos com foco na resistência a novos eventos climáticos extremos: pisos e rodapés de madeira deram lugar a manta vinílica e basalto, e as esquadrias de madeira serão substituídas por alumínio.

A secretária de Obras Públicas, Izabel Matte, afirma que o projeto foi pensado para garantir não apenas o funcionamento da escola, mas sua capacidade de resistir às mudanças climáticas. “No Castelinho, além do cuidado habitual, fomos desafiados a ir além, criando soluções estruturais para tempos mais incertos”, explica.
Segunda fase em andamento
A segunda fase das obras está prestes a iniciar e inclui a recuperação do ginásio, das quadras externas e do auditório do terceiro pavimento, além da revitalização das salas do primeiro andar e da finalização dos espaços de convivência. Também estão previstas manutenções elétricas e hidráulicas, nova pintura e substituição de janelas e portas. A biblioteca, a cozinha e o refeitório deixarão o segundo pavimento e passarão para o terceiro, em uma medida preventiva contra novas inundações.
Terceira fase: modernização e acessibilidade
Na etapa final, será implantado um módulo complementar de infraestrutura e acessibilidade, chamado plugin. A estrutura independente será integrada ao prédio principal e incluirá rampas de acesso, banheiros, salas de máquinas, reservatório de água potável e um sistema de geração de energia fotovoltaica. Essa inovação permitirá o funcionamento seguro e sustentável da escola mesmo em condições adversas.

Linha do tempo da reconstrução:
Fase 1 — Concluída
Investimento de R$ 2,6 milhões
Recuperação de 24 salas de aula
Reforma de cozinha, refeitório, sala dos professores, miniauditório, banheiros e áreas de circulação
Pintura, iluminação e troca de pisos
Recuperação do pátio central
Fase 2 — Em preparação
Recuperação do ginásio e das quadras externas
Restauração do auditório e dos laboratórios do 3º pavimento
Requalificação das salas do 1º andar
Substituição de portas e janelas
Pintura das fachadas e aplicação da nova identidade visual
Fase 3 — Em elaboração
Implantação do plugin com infraestrutura moderna e acessível
Transferência da cozinha e refeitório para o 3º pavimento
Instalação de sistema de energia solar e estrutura hidráulica reforçada

O retorno às aulas representa mais que a retomada de atividades escolares. É a reafirmação do compromisso com a educação pública de qualidade, mesmo diante dos maiores desafios. O Castelinho está de volta — mais forte, mais preparado e mais resistente.