A Receita Federal e órgãos parceiros deflagraram nesta quinta-feira (28/8) a Operação Carbono Oculto, maior ofensiva já realizada contra o crime organizado na cadeia de combustíveis no Brasil. A investigação revelou que postos de combustíveis em diversos estados, incluindo o Rio Grande do Sul, desempenhavam papel central na engrenagem criminosa.
Auditores identificaram irregularidades em mais de 1.000 postos, que serviam como canais de lavagem de dinheiro. Parte deles recebia valores em espécie ou via maquininhas e repassava os recursos às distribuidoras ligadas ao grupo, movimentando cerca de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024 — com recolhimento de tributos muito abaixo do compatível. Outros 140 postos sequer tinham operação real, mas foram utilizados para emitir notas fiscais fraudulentas que somaram mais de R$ 2 bilhões, simulando a compra de combustíveis para encobrir transações ilícitas.
O esquema envolvia ainda a importação e adulteração de combustíveis, uso de fintechs que funcionavam como bancos paralelos e aplicação dos lucros em fundos de investimento para blindagem patrimonial. Ao todo, a Receita Federal já constituiu créditos tributários superiores a R$ 8,6 bilhões, e foram bloqueados mais de R$ 1 bilhão em bens dos investigados.