Em entrevista exclusiva à Folha Popular, a equipe de anestesistas do Hospital Ouro Branco (HOB), que pediu desligamento no fim de setembro, esclareceu os motivos da saída e contestou a versão da casa de saúde de que teria ocorrido uma “demissão súbita”.
No fim da tarde desta terça-feira (30/9), em uma nota à imprensa o HOB comunicou a transferência de cirurgias eletivas para pacientes, prefeituras, Secretaria Estadual de Saúde, 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) e outros órgãos devido à demissão da equipe de médicos.
Os anestesistas, no entanto, afirmam que cumpriram aviso prévio de pelo menos 30 dias e que a decisão ocorreu de forma amistosa, sem rompimento com a direção da instituição.
O grupo era formado por três profissionais: um com quase 14 anos de atuação no hospital, outro com cerca de seis anos de casa e um terceiro que estava no HOB havia aproximadamente cinco meses.
“Foi uma saída tranquila, sem quebra de relação com a direção. Cada um tomou sua decisão com base em questões pessoais e profissionais, mas sempre de forma respeitosa. Não houve conflito”, destacou a equipe.
Segundo os anestesistas, a direção do HOB já havia anunciado uma nova equipe de profissionais para assumir a escala, mas o grupo escalado não compareceu. “Nós honramos os prazos. Houve aviso prévio de 30 dias e até 45 dias em alguns casos. A ausência foi da nova equipe, que desistiu um ou dois dias antes de iniciar o trabalho. Isso acabou agravando a situação, mas não partiu de nós”, explicaram.
Os profissionais também ressaltaram que os pagamentos foram realizados. “A direção honrou os compromissos. Não ficamos sem receber”, afirmaram.
Eles acrescentam ainda que a saída não foi motivada unicamente por remuneração. “Não foi uma questão de abandonar Teutônia para ganhar mais. A remuneração nos novos locais é semelhante, alguns ganham um pouco mais, outros um pouco menos. Não foi uma troca motivada apenas por dinheiro”, reforçaram.
Mesmo após o desligamento, a equipe de anestesistas afirmou que segue colaborando para amenizar os impactos. “Ainda vamos ajudar em alguns plantões no Hospital Ouro Branco neste mês de outubro para não deixar a população desassistida. Inclusive, seguimos participando voluntariamente de ações como o Outubro Rosa, anestesiando pacientes em cirurgias gratuitas para acelerar a fila do câncer de mama”, relataram.
Ao encerrar o posicionamento, os profissionais destacaram o vínculo construído ao longo dos anos. “Nunca foi nossa intenção prejudicar a população. Temos carinho por Teutônia e esperamos que tudo se resolva o quanto antes.”