
A CIC Teutônia encerrou o calendário de Almoços Empresariais de 2025 com um encontro dedicado a discutir o futuro da economia brasileira e as consequências para empresas e investidores. Realizado na quinta-feira (11/12), o evento reuniu mais de 100 participantes e teve como convidado o economista-chefe do Sicredi, André Nunes de Nunes.
O palestrante iniciou a apresentação tecendo o panorama internacional, marcado por incertezas, instabilidade política em grandes economias, reorganização das cadeias globais de suprimentos e tensões geopolíticas.
Segundo ele, tais fatores seguem influenciando o crescimento global e geram volatilidade nos mercados. Também observou que setores ligados à tecnologia e à inteligência artificial continuam atraindo parte significativa dos investimentos privados.
Na leitura do cenário doméstico, Nunes apontou que a economia brasileira já demonstra sinais de desaceleração no segundo semestre de 2025, movimento que tende a se prolongar para a primeira metade de 2026.
Ele lembrou que a manutenção da Selic em patamar elevado dificulta a retomada do fôlego da atividade, mesmo com a expectativa de cortes graduais no início do próximo ano. “A taxa de juros deve começar a ceder entre o primeiro trimestre e março, mas o efeito sobre a economia é lento”, explicou.
Além do quadro monetário, André destacou as incertezas típicas de um ano eleitoral, que podem adiar investimentos e decisões de maior impacto nas empresas. Citou ainda a reforma tributária, que entra em fase inicial de transição. “Também exige atenção do setor produtivo, especialmente na reorganização de processos e no planejamento tributário de empresários, municípios e investidores”, afirmou Nunes.

Mais de cem participantes integraram o último almoço empresarial da CIC Teutônia de 2025 / Crédito: Camille Lenz da Silva
Crescimento e cautela
Apesar das pressões fiscais e dos juros elevados, Nunes lembrou que o Brasil registra anos de crescimento do PIB acima de 3%, com destaque ao desempenho dos setores de serviços, agropecuária e infraestrutura. Além disso, reforça que o mercado de trabalho permanece aquecido, embora com sinais de perda de ritmo.
Para as empresas, recomendou reforço no planejamento financeiro e controle de custos. “É preciso cuidado com endividamento e atenção a áreas que seguem em expansão, como energia, saneamento, tecnologia e serviços especializados”, apontou.
Por fim, André afirmou que 2026 tende a ser um ano de ajustes, marcado por cautela, mas também, um período estratégico para preparar as organizações para um novo ciclo de crescimento. “Quem atravessar esse momento com organização e visão de longo prazo estará mais bem posicionado para aproveitar as oportunidades que devem surgir”, concluiu.
Espaço permanente
O presidente da CIC Teutônia, Jairo Sperotto, destacou que os Almoços Empresariais se consolidaram como um espaço permanente de diálogo entre a entidade e o setor produtivo. Segundo ele, a programação de 2025 foi construída a partir das demandas dos associados, com pesquisas de interesse e avaliações realizadas ao fim de cada encontro.
Os temas apresentados ao longo do ano, como gestão, inovação, ambiente regulatório e tendências de mercado, mantiveram o objetivo central de apoiar a tomada de decisão nas empresas. Jairo ressaltou ainda que praticamente todos os encontros tiveram lotação completa, reforçando a relevância da agenda para o empresariado local.

