Natal Luz e Vida reforça retomada cultural e turística de Colinas

Espetáculo chegou à 24ª edição com 150 artistas participantes e marcou recomeço após as enchentes

60
Peça abordou os impactos das mudanças climáticas - Crédito: Thiago Maurique

Colinas viveu uma noite de arte, cultura e conscientização para as mudanças climáticas com a apresentação da 24ª edição do Natal Luz e Vida. Realizado no Ginásio Municipal, o espetáculo reuniu mais de mil pessoas e simbolizou não apenas a celebração natalina, mas também, a retomada da normalidade após um período marcado por enchentes e prejuízos à economia local.

Prefeito de Colinas, Marcelo Schroer destacou que o Natal Luz e Vida é resultado de um trabalho desenvolvido ao longo de todo o ano pela área cultural do município. Segundo ele, manter o espetáculo por 24 edições consecutivas reforça o compromisso da cidade com a cultura e com o turismo. “Também é a demonstração de um recomeço, de uma nova era, de uma nova vida para Colinas. É um momento muito importante para a comunidade”, afirmou ele.

O prefeito ressaltou ainda que o investimento em eventos como o Natal e a Páscoa tem papel estratégico no fortalecimento do turismo regional. “Queremos que o turista venha para Colinas e ajude a movimentar a nossa economia, que foi muito prejudicada. Isso valoriza o pequeno empreendedor e fortalece a economia local”, pontuou.

O espetáculo deste ano, intitulado “A História de um Natal Sem Neve”. A produção de Pedro Augusto Boettcher envolveu cerca de 150 artistas locais. Participaram o Grupo de Teatro de Colinas, grupos de dança, patinação artística, Orquestra Municipal e os Corais Infantil, Juvenil e Municipal. “É um evento muito esperado pela comunidade local e regional. A expectativa é sempre grande”, afirmou.

Mudanças climáticas

A narrativa abordou, de forma simbólica, os impactos das mudanças climáticas, ao retratar um Papai Noel impedido de entregar os presentes pela ausência de neve na Lapônia. Ao mesmo tempo, o roteiro manteve o vínculo com o sentido religioso do Natal.

Em determinado momento da história, um casal do povo Sami, originário da Lapônia, busca abrigo. A mulher está grávida, criando uma ligação direta com a história bíblica de José e Maria.

Um momento de forte impacto emocional ocorreu quando Maria encontrou uma carta escrita por uma criança do Rio Grande do Sul, que pedia apenas por poder passar mais um Natal com a família reunida após perder os avós na enchente.

A cena foi acompanhada da participação especial do cantor Thomas Machado, cantando Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, música que se tornou símbolo do processo de reconstrução vivido pelo estado.

Para Boettcher, a retomada do evento após um ano difícil tem significado especial. “Durante as catástrofes, fica impossível realizar qualquer atividade cultural. Poder fazer isso novamente é muito gratificante”, afirmou.

Soberana de Colinas, Amanda Felisberto foi a responsável por interpretar Maria na peça. Segundo ela, viver o papel foi uma experiência transformadora. “Existe um contraste muito grande entre mim e a personagem. Interpretar Maria me convidou a desacelerar e a entender que a grandeza dela está na coragem silenciosa de gerar esperança em meio às incertezas”, relatou.

Amanda destacou que a experiência ultrapassou o palco. “Foi mais do que uma encenação. Foi emprestar o meu corpo para contar uma história que atravessa o tempo e ainda nos chama ao cuidado, à fé e à humanidade”, afirmou.

- publicidade -

DEIXE UMA RESPOSTA

Escreva seu comentário!
Digite seu nome aqui