O produtor de leite Tailor Diedrich mora no Distrito de Novo Paraíso – zona rural de Estrela – e nos últimos anos introduziu milho úmido na nutrição do seu rebanho de gado leiteiro. Na semana passada, ele colheu os seis hectares de milho plantado como silagem para suas vacas e garantiu pelo menos três meses de nutrição com uso do milho úmido.
Diedrich reuniu o suficiente para alimentar o rebanho de 180 vacas – 110 em lactação. “Em termos nutricionais representa um ganho para o animal”, afirma.
A colheita do milho úmido também ajuda a nutrir o solo. Diferente da silagem convencional, de grão seco, o milho úmido representa também economia na propriedade. Conforme o secretário municipal de Agricultura, Douglas Sulzbach, o custo com a secagem do milho é dispensado neste processo, que vai para as propriedades armazenado em bolsas. “Além disso, há um fator positivo na nutrição do animal. A ingestão do milho úmido rende mais na produção de leite”, confirma.
O uso do milho úmido evita também o desperdício e a desvalorização do grão. Sulzbach explica que empresas cerealistas valorizam mais o milho seco, situação que eleva o custo do grão no mercado. “Economiza-se enquanto se agrega valor à nutrição dos animais produtores de leite”, complementa.
Melhor digestão do milho
Conforme o engenheiro agrônomo Álvaro Trierweiler, chefe do escritório Municipal da Emater/RS-Ascar em Estrela, o uso do grão úmido do milho tornou-se uma prática difundida no município. “Há mais de quatro anos algumas propriedades optaram por este tipo de silagem, por conta dos benefícios econômicos e nutricionais”, aponta.
Trierweiler diz que por ser um grão mais macio do que o milho seco, a absorção dos nutrientes, por meio do consumo dele, torna-se mais eficiente. “A digestão fica mais fácil, fazendo com que também a quantidade consumida seja menor. Com o milho seco há uma perda, por conta da característica do grão mais duro do que o cereal úmido. Além disso, após a colheita deste tipo de grão, a palha que fica no chão ajuda na manutenção das propriedades do solo”, complementa o coordenador da Emater/RS-Ascar.
20% no custo
A prática configura uma redução no custo operacional na produção do grão para a silagem. “Manter este grão a menos de 18% de umidade, para poder colher o grão e então vender para a cooperativa, é preciso considerar os custos de colheita e transporte e os descontos feitos em cima da qualidade do produto. Neste processo se considera que, o uso do grão úmido representa uma economia de 20%”, garante o zootecnista Edivan de Jesus.
Além disso, o tempo de lavoura é reduzido para quem opta pelo milho em grão úmido, tempo necessário para uma outra cultura, ou até mesmo, a preparação do solo para outra atividade.