Painel na Acil debate cisão e incorporação em empresas e sociedades

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Evento reuniu representantes de empresas, entidades, contadores e advogados / Crédito: Camille Lenz da Silva

A Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) sediou, na quarta-feira (26/10), painel com teorias e aplicações práticas sobre o tema “Organização empresarial e societária através da cisão e incorporação”.

O evento buscou evidenciar, de forma prática, os recursos utilizados para reorganizar, reestruturar e adequar uma empresa ou grupo de empresas. Mais de 70 pessoas participaram da discussão, entre advogados, contadores, imprensa e comunidade em geral.

O painel, que teve a moderação do consultor empresarial Valmor Kappler, contou com o case da Bremil, apresentado pela diretora Alaidete Brenner e pela contadora Sandra Marques, e com sugestões e dicas do economista, consultor e empresário Tiago Johann.

Governança
Kappler avaliou a necessidade das empresas que, antes de pensarem em cisão e incorporação, precisam ter uma contabilidade bem organizada. “A qualidade da informação contábil, uma diligência prévia bem-feita em virtude de contingências que possam surgir são fundamentais”.

O consultor enfatizou a importância de estudar bem os casos, para que depois de incorporada a empresa não se descubram ‘esqueletos’ que acompanham a compra. “É importante ter informações-base antes de iniciar o processo, saber como o gestor anterior vinha trabalhando, gerir prejuízos, atentar às normas”, cita.

Para Kappler, após a compra é necessário, antes de tudo, arrumar o quadro societário. “As coisas chegam no ponto de cisão pela ausência da governança, de conflitos societários, pessoas que não se entendem mais ou que não aceitam o comando dos majoritários”, completa.

Trabalho conjunto
Conforme a presidente Alaidete Brenner, desde sua fundação a Bremil é uma empresa em constante crescimento.

“Antes de pensarmos em compra e venda, começamos a desenvolver o setor de controladoria de forma muito forte por cerca de cinco anos. Então, esperamos vir a oportunidade, que chegou efetivamente em 2018, com o fechamento da operação com a Frutarom Industries Ltda, empresa israelense”.

Porém, como em muitos casos a compra e venda permanece em sigilo antes da finalização do negócio, na mesma época a IFF – International Flavors & Fragrances Inc. estava adquirindo a Frutarom. Da mesma forma, posteriormente houve a fusão da IFF/ N&B Ingredientes e da Dupont.

“Começou com uma empresa local envolvendo duas grandes empresas. Isso prova que nossa atuação anterior foi importantíssima. Identificando bens que seriam cindidos e trabalhando em conjunto entre peritos contadores, jurídico, planejamento, acompanhamento de processos conseguimos manter célere o processo”, completa.

Organização e aprendizagem
Conforme o empresário Tiago Johann, é preciso haver organização. “Por mais que cada um entenda que faz um bom papel como gestor, é preciso aprender. Tem que haver organização. Existem casos dos quais participei em que empresas compradas inicialmente por um preço barato levaram dois anos para terem as pendências resolvidas. Nestes casos, o barato saiu caro”, cita.

Segundo Johann, a cisão pode gerar aumento de custos, mas também pode haver uma restruturação muito boa. “Participei também de empresa que cindiu, o que fez com que as agora duas empresas crescessem de forma separada. A cisão pode transformar um negócio, desde que quem compre seja competente. Para isso, novamente a aprendizagem”, comenta.

O economista falou também sobre as modalidades de compra, que envolvem preços diferentes e abordou a necessidade de buscar novos mercados e de inovar.

Finalizando o painel, a presidente da Acil, Graciela Black, se juntou aos apresentadores para responder as perguntas dos participantes.

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