O presidente da Cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, fala há 6 meses sobre as dificuldades do setor de proteína animal pelo alto custo dos grãos (milho e soja), que são transformados em carnes. Foi um dos primeiros a apontar que as integrações de suínos e aves geravam prejuízos milionários na indústria, mas poucas cooperativas e empresas tiveram a coragem de alertar. Sem perspectivas de mudanças, mais vozes começam a se manifestar.
No dia 19 de janeiro, o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, levou o alerta ao governador em exercício, Gabriel Souza, em café da manhã no Hotel Blue Tree Towers Millenium, em Porto Alegre. O objetivo do encontro foi apresentar o setor de Proteína Animal de forma objetiva e apontar os principais desafios.
Darci Hartmann disse que as cooperativas do setor de proteína animal enfrentam os mesmos problemas das demais agroindústrias do mercado. Destacou a importância da existência de políticas públicas de apoio ao setor de proteínas. “O maior desafio atualmente é encontrar caminhos para garantir a competitividade do setor, harmonizando desenvolvimento econômico e social. Esse equilíbrio é mais que uma estratégia, é a nossa verdadeira razão de existência”, explica.
O presidente do Sistema Ocergs está preocupado com a sustentabilidade futura do setor de proteína animal. Sugeriu políticas públicas de apoio ao setor produtivo com medidas estruturantes – como irrigação – para garantir a produção de milho, matéria-prima fundamental na produção de proteínas no Estado. Isto garantiria abastecimento ao setor de produção.
O dirigente cooperativista deu ênfase à necessária avaliação tributária que incide sobre o setor para não impactar na competitividade. Hartmann sugeriu política de apoio, por meio da compensação do ICMS, devido pelas cooperativas e empresas do setor, para ser investido em Assistência Técnica, Pesquisa e Extensão Rural. O presidente do Sistema Ocergs propôs também a criação de modelo de Fundopem Rural, além de outras políticas como a de conservação do solo para melhorar a produção e mitigar os efeitos da seca que vem afetando a produção nos últimos tempos.
Darci Hartmann explanou sobre a relevância de abertura de novos mercados que gerem oportunidades para o setor de proteína animal do Rio Grande do Sul, através da intensificação das exportações. Pediu a criação de linha de crédito para capital de giro do setor com taxas de juros compatíveis para socorrer as cooperativas e agroindústrias no curto e médio prazo, diante da elevação dos custos da cadeia como um todo e as dificuldades enfrentadas no momento atual em relação ao mercado.