Cerca de 100 pessoas, entre agricultores, técnicos, representantes de entidades e lideranças estiveram reunidos nesta sexta-feira (24/2) na propriedade de Leni e Nelson Fries, na localidade de Linha Wink, em Teutônia. O grupo composto por pessoas de mais de 15 municípios, esteve presente para o Dia de Campo do Pró-Milho – política pública do Governo do Estado. A proposta tem o objetivo de incentivar e coordenar ações para aumentem a produção e a qualidade do milho no Rio Grande do Sul.
O momento é organizado pela Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e pela Emater/RS-Ascar.
Em cinco estações de trabalho foram discutidos temas como: perdas na colheita e regulagem de colhedora, sistemas de irrigação, manejo da lavoura e rotação de culturas, tecnologias de aplicação e defensivos agrícolas e segurança alimentar com base no uso do milho.
O extensionista da Emater/RS-Ascar, Alano Tonin, apresentou alternativas para minimizar as perdas da colheita. “A ideia geral é qualificar a cadeia produtiva como um todo, ampliando a produção de milho no Estado que, hoje, ainda é inferior a demanda”, destacou.
Filho do anfitrião da tarde, o extensionista da Emater/RS-Ascar, Carlos Fries, foi o responsável pela estação de manejo de lavoura e rotação de culturas. Destacou que a condução da lavoura até chegar ao estágio atual, a colheita de 160 sacas de milho por hectare, é um processo que tem início há cerca de 10 anos, com análises permanentes de solo e correção de fertilidade, “somado a outros processos, como a rotação de culturas (a família também adota o trigo e a soja), antecipação da época do plantio e mesmo o manejo adequado de pragas, com redução do número de aplicações”, salienta.
Para Nelson Fries, a oportunidade de poder trocar informações com outros agricultores, em eventos do tipo, é algo que merece destaque. “A gente sempre tem o que aprender, mesmo tendo bastante experiência no assunto”, afirma.
“Para se ter uma ideia, a adubação que utilizamos no local foi para um cenário ideal, sem deficiência hídrica, em que estimávamos uma colheita de 180 sacos por hectare”, avalia. “Assim, 160 sacos para esse ano é espetacular”, pontua.
Em um cenário ideal, será possível colher 200 sacos de milho, 80 de trigo e 80 de soja por hectare, segundo estimativas da família. Para Fries, o trabalho consiste em minimizar perdas. “De que adianta eu ter uma boa produtividade se durante a colheita eu perco uma saca de grão por hectare”, questiona.
Cada saca custa, em média, cerca de R$ 90,00 para o produtor. Já a irrigação é um excelente caminho para uma estabilidade de produção, mesmo em anos adversos, de seca. “Claro, tendo possibilidade de acesso à água na propriedade”, frisa.
Para seu Nelson, a oportunidade de poder trocar informações com outros agricultores, em eventos do tipo, é algo que merece destaque. “A gente sempre tem o que aprender, mesmo tendo bastante experiência no assunto”, afirma.
Com quase cinco décadas trabalhando no cultivo de grãos, o produtor comenta que as diversas tecnologias existentes hoje em dia são um caminho para a qualificação. Ele sorri ao afirmar que, aos 71 anos, a responsabilidade da lavoura estar agora com Carlos.
Entre as lideranças presentes no encontro estiveram o gerente regional e o supervisor da Emater/RS-Ascar, Cristiano Laste e Álvaro Mallmann, a secretária municipal de Agricultura, Lídia Dhein, e o representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Ademir Cord, além de outros integrantes das prefeituras envolvidas.
O Dia de Campo teve o apoio da Prefeitura de Teutônia, da Câmara Setorial do Milho, da cooperativa Sicredi e das empresas Samaq e Agroner Irrigação. Os extensionistas Álvaro Trierweiler, Michael Serpa, Ana Cândida Barth, Marlova Pretto, Alano Tonin e Marcelo Brandoli também contribuíram nas estações.