Injúria racial elimina dirigente do Regional da Aslivata – Série A

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Fato ocorreu na partida de Titulares entre Ecas de Imigrante e Juventude de Taquari / Crédito da foto: Lucas Leandro Brune

No domingo (27/8) ocorreu um episódio de injúria racial no confronto entre Ecas de Imigrante e Juventude de Taquari. O fato ocorreu logo após o término da partida. O dirigente e, na oportunidade, segurança do Ecas, Iura Vogel, e um atleta do Juventude de Taquari, tiveram uma discussão e Vogel teria proferido ofensas raciais ao jogador.

Desde o ocorrido, a reportagem relatou o fato e entrou em contato com os envolvidos. O presidente do Juventude de Taquari, Peninha, diz que o clube deixou o atleta à vontade para efetuar o Boletim de Ocorrência (BO). Ele optou por não fazer pra não prejudicar o Ecas. “Vale ressaltar que o Ecas desde domingo se mostra contra tal atitude e prestou apoio ao atleta”, explica.

O presidente do Ecas, Moacir Lagemann “Zico”, diz que o clube irá se manifestar por meio de uma nota de repúdio ainda nesta quarta-feira (30/8). “Fato triste, lamentável e revoltante. Estou desde domingo me empenhando na solução desse ocorrido. Ontem [terça-feira (29/8)] tivemos uma reunião e excluímos ele da diretoria. O clube se coloca inteiramente à disposição para esclarecer tudo, não somos assim. Mas também estamos preocupados com o próprio Iura, porque por trás existe uma mãe, uma esposa, duas filhas, que também estão expostas a tudo isso. É preciso ter cuidado, apesar de tudo”, destaca.

No domingo, Zico também conversou francamente sobre o tema com a reportagem do Grupo Popular que transmitiu a partida. Pela distância da cabine e pelas atividades da reportagem, nenhum dos repórteres ouviu ou viu a desavença e as ofensas.

Vogel preferiu ser econômico na análise do episódio. Ele sustenta sua versão de que houve um desentendimento e nega ofensas raciais ao jogador. “Única coisa é do racismo que não cometi, mas a palavra dele é a que vale. Deixa assim, pois não volta atrás. As diretorias se entenderam. Deixa o campeonato seguir. O Ecas vai seguir, só sem mim”, ressalta.

A Aslivata confirmou que a arbitragem relatou em súmula as ofensas raciais de parte do dirigente ao jogador. “O presidente do Ecas passou um relato muito sensato sobre ocorrido”, disse o presidente Vianei Batista Hammes.

Além da punição da nota oficial, conforme previsto em regulamento, a Aslivata pretende emitir uma nota de repúdio e de solidariedade até esta quinta-feira (31/8).

Confira a Nota Oficial da Aslivata na íntegra

O Juventude da Berlim, que está na mesma chave das duas equipes, fez uma publicação em suas redes sociais repudiando o ocorrido. Confira abaixo.

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