Uma comitiva do Governo Federal se reuniu na quarta-feira (10/1) com representantes do Governo do Rio Grande do Sul e do setor do arroz, em Porto Alegre, para tratar sobre a cadeia orizícola no Estado. Entre os participantes, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, o secretário estadual da Agricultura, Giovani Feltes, o presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Azevedo Velho e o presidente do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Rodrigo Machado.
Na reunião, estiveram em pauta a projeção da produção e a comercialização de arroz. De acordo com o 4º levantamento de Safra de Grãos 2023/24 da Conab, divulgado na quarta-feira, o RS deve produzir cerca de 7,66 milhões de toneladas de arroz, um aumento de 10,5% em relação ao ciclo passado (6,9 milhões de toneladas). A área total plantada no Estado é de 923 mil hectares, 7% a mais do que na safra anterior (862 mil hectares).
Pretto destacou que o Brasil teve, na safra 2022/23, a menor área plantada de arroz e feijão em 47 anos, o que preocupa o Governo Federal por se tratar da diminuição da oferta de comida. Conforme o presidente, o governo está atuando para garantir o abastecimento interno e fortalecer o setor no país e, em especial, no Rio Grande do Sul, que é responsável por 70% da produção nacional de arroz.
Conforme informações da Federarroz, o alto custo de produção do arroz aumentou, em média, 60% nos últimos dois anos, o que obriga os produtores a terem altas produtividades. A entidade observa que, em anos de El Niño, a produtividade diminui em cerca de 5 a 10%. Isso reforça a importância de manter a área plantada na safra 2022/23, a fim de modular os investimentos em função dos riscos climáticos e a manter o preço do cereal. No mercado, a saca de 60kg de arroz está, em média, R$ 126.
“Há uma reação no preço do arroz, que é bom para o produtor mas impacta o consumidor, que acaba pagando mais caro pelo alimento na cesta básica. Há uma necessidade de ampliar a oferta do produto sem recorrer à importação e este tema é de interesse do governo brasileiro para não pesar no bolso do consumidor”, reforçou Pretto.