Congresso Internacional de Educação do Colégio Teutônia destaca futuro da docência e das escolas

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Créditos: Divulgação

Com o tema “Do coração à razão: por uma Educação Inovadora”, mais de 400 pessoas acompanham a programação do III Congresso Internacional de Educação, realizado pelo Colégio Teutônia nesta quinta e sexta-feira, dias 8 e 9 de fevereiro.

Na abertura, o diretor Mauro Alberto Nüske valorizou o trabalho do CT em educação e, nessa história de 71 anos, a organização do Congresso. “O evento tem o propósito de compartilhar conhecimentos para potencializar o trabalho de cada um na sua missão de educar crianças, jovens e adultos em um contexto no qual a inovação tem um espaço a ocupar, mas sem esquecer que, independente de qualquer tecnologia, o professor é o principal elo desse processo e é insubstituível, apesar de termos muito para evoluir”, valorizou.

A coordenadora geral do CT, Andrea Wallauer, também agradeceu a presença de todos. “O Congresso foi cuidadosamente preparado e pensado para os que acreditam nos professores e nas escolas, para quem reconhece na educação um momento de encontro entre pessoas. Nosso desejo é de que todos saiam daqui melhores”, disse.

Do coração à razão

A participação do Dr. António Nóvoa, vindo de Portugal, foi uma das principais atrações do congresso. Inclusive, o tema central do evento também deu nome à palestra do doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra e em História Moderna e Contemporânea (Paris); professor catedrático e reitor honorário do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.

Falando em tecnologias, Nóvoa frisou que essa é uma discussão central na vida das pessoas. “O termo que melhor resume essa relação com a tecnologia pode ser pequeno, mas é uma grande expressão: bom senso. Recusar tecnologias é um absurdo; assim como pensar que tecnologias substituem os professores, as escolas e a educação. Precisamos ‘mergulhar’ entre esses dois absurdos”, defendeu.

O pesquisador alertou para a coerência pedagógica dos educadores. “Muitas vezes vale mais a coerência do que andarmos a correr atrás de ilusões, de algo maravilhoso que aparece hoje e outro amanhã. Eu acredito numa escola onde vemos alunos escrevendo, lendo, pesquisando, fazendo projetos e resolvendo atividades, e não necessariamente ouvindo o professor falar das coisas, a educação não pode resumir-se a isso. Não acredito em mudanças na educação por meio de fórmulas. O que as pessoas estão fazendo nas escolas, o que estão trabalhando, é nesse nível que me interessa o processo de mudança e transformação”, disse.

Por fim, ele foi enfático ao defender uma educação inovadora. “Gostamos muito de dizer que educação é importante, mas depois não traduzimos isso em políticas públicas e comportamento social. A educação tem um grande poder transformador, mas só uma escola transformada é que pode ser transformadora”, concluiu.

Novos cenários

O segundo palestrante da manhã foi o Dr. José Motta, Mestre em Tecnologias Emergentes em Educação, palestrante e consultor especialista em Metodologias Ativas de Ensino e Inovação Educacional.

Com o tema “Educação, Docência e Futuro: impactos, desafios e os novos cenários na aprendizagem“, Motta alertou para a necessidade das escolas ditarem as regras de inovação do mundo, uma vez que são responsáveis pela preparação de todos os profissionais do mundo. “Como preparar o ser humano para o futuro com excesso de olhares no retrovisor para o que já passou? Chega de aula dada, é compromisso nosso modificar os seres humanos, tornando-os melhores do que antes. A tecnologia serve para educar o ser humano para hoje e o futuro, e os professores precisam impulsionar isso para o que é bom e útil”, sugeriu.

Ele igualmente defendeu o trabalho docente. “Ser professor é algo muito especial, é preciso gostar de gente e saber estar entre as pessoas. Num mundo ‘figital’ (junção do físico e do digital), é preciso saber usar a tecnologia como ferramenta de aprendizagem, não como show pirotécnico. O robô jamais será professor, mas há condição para o professor ser substituído pelo robô se continuar fazendo tudo igual todos os dias. Professor ama, entrega algo além do que está escrito no livro. Seres humanos têm sensibilidade, amor, afeto e carinho.”

Motta finalizou pedindo que a educação seja valorizada por toda sua relevância à humanidade. “Inovar é parecer e ser relevante, a educação precisa inovar para permanecer relevante na vida das pessoas. Temos um mundo de oportunidades para transformar o ensino em aprendizagem”, concluiu.

Programação

A programação do Congresso segue na sexta-feira (9/2).

9/2/24 (sexta-feira)

8h às 8h30 – Apresentação Cultural

8h30 às 10h – Palestra “Que escola somos capazes de construir frente aos desafios da contemporaneidade”, com a Dra. Lourdes Atié, pós-graduada em Educação pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, da Argentina; autora de materiais formativos, de materiais voltados para pais dos alunos e de materiais voltados para habilidades socioemocionais dos professores; palestrante nas áreas de atualização curricular, formação de professores e gestores, construção e revisão de projetos pedagógicos

10h às 10h30 – Intervalo

10h30 às 12h15 – Palestra “O Futuro das Gerações”, que possui quatro finais e o público vota para escolher o seu, com Dado Schneider, Mestre e Doutor em Comunicação pela PUC/RS; vasta experiência em grandes agências de publicidade nacionais; consultor de grandes empresas; palestrante e escritor

12h15 às 12h30 – Cerimônia de encerramento

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