Escolas enfrentam diferentes realidades no Vale

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Escola Estadual Gomes Freire de Andrade, em Teutônia, permanece fechada por tempo indeterminado / Crédito: Camille Lenz da Silva

Não são poucas as escolas do Vale do Taquari que foram atingidas de alguma forma pelas fortes chuvas do início do mês. Seja por danos na infraestrutura ou por outro motivo, muitos educandários ficaram ou ainda estão sem aulas, deixando centenas de estudantes desamparados. Nem a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) se salvou; pela falta de água, luz e telefonia em Estrela, onde fica a sede, está atendendo no Gabinete de Crise, instalado junto Corpo de Bombeiros Militar de Lajeado.

Na região do G7, muitas escolas retomaram as aulas nesta semana ou então devem iniciar o atendimento nesta segunda-feira (13/5).

Em Teutônia, o retorno das aulas das Emeis, Emefs, Cemef e escolas comunitárias ocorreu na segunda-feira (6/5). Apenas as Emefs do interior, Andrade Neves, de Boa Vista Fundos, e Guilherme Rotermund, de Linha Harmonia Alta, retomaram as aulas na terça-feira (7/5). Os alunos da última, no entanto, são atendidos na escola de Linha Harmonia Baixa por questões de segurança. Já a Emef São Jacó retornará com os atendimentos assim que a energia elétrica for restabelecida.

Eeem Gomes Freire

Duas escolas estaduais do município já retomaram as aulas: a Eeem Reynaldo Affonso Augustin e a Eeef Tancredo de Almeida Neves. A Eeem Gomes Freire de Andrade, no entanto, permanece fechada. Isso porque o educandário está localizado nos pés do morro de Languiru, e por precaução a coordenadoria aguarda a inspeção da Defesa Civil do Estado.

“É uma cautela, até porque não foi autorizado o retorno antes da análise. Estamos em contato com a diretoria”, aponta Cássia Benini, coordenadora da 3ª CRE. Há monitoramento constante por parte da Defesa Civil. As novas chuvas também chamam a atenção. “Não há previsão de liberação das aulas no momento”, completa.

Conforme a diretora do Gomes, Aline Stacke, as fortes chuvas afetaram a fiação elétrica, deixando nove salas sem luz. Em sete delas a água entrou pela fiação. Em um dos blocos já estava previsto o reparo elétrico, que ocorreria na semana em que iniciaram as chuvas. Até o momento, foi colocada manta asfáltica no telhado, mas ainda falta material para concluir a parte da fiação. Infelizmente, uma parte do material vem de fora e a empresa não consegue chegar a Teutônia devido aos acessos precários.

Outra situação já sanada envolve a parte hidráulica. Com o grande volume de chuvas, as fossas encheram e precisaram ser esvaziadas. As obras são realizadas pela 3ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop), vinculada à Secretaria Estadual de Obras Públicas. O órgao fica junto à 3ª CRE, em Estrela, e é responsável, entre outros, pelos serviços de engenharia e arquitetura junto aos prédios públicos.

Demais municípios

Em Westfália, as atividades nos educandários foram retomadas na segunda-feira (6/5). A rede estadual retornou às atividades no dia seguinte.

Em Colinas, a Escola Municipal Ipiranga teve parte do prédio inundado na enchente. A água atingiu a biblioteca, a recepção do turno integral, o dormitório, uma sala de aula e o acervo de figurinos do município e da escola. Entre as perdas estão móveis, colchões, cobertores e cerca de 40% do acervo da biblioteca. O dormitório das crianças do turno integral foi fortemente atingido pela enchente. O Município solicita cestas básicas, móveis para as escolas e livros para reabastecer a biblioteca.

A Emei voltou a receber as crianças na terça-feira (7/5). No mesmo dia, a Emef iniciou o acolhimento dos alunos do turno integral de forma gradativa. A secretaria da Educação confirma o retorno das aulas na próxima segunda-feira. avalia o retorno das aulas letivas para a próxima segunda-feira.

Já a Escola Estadual de Colinas não tem a mesma sorte. A água da cheia atingiu a estrutura em 1,5 metro, tendo o educandário perdido praticamente tudo. Na quinta-feira (9/5) houve um grande mutirão de limpeza com ajuda de 20 jipeiros voluntários. Após, será a vez da 3ª Crop fazer vistoria, verificando se houve danos à estrutura. Não há expectativa de retorno das aulas, segundo a CRE.

Em Imigrante, duas Emefs e duas Emeis foram afetadas pela cheia dos arroios. Houve pequenos problemas nas estruturas, em portões ou em cercas, mas as dificuldades se concentram, principalmente, nos acessos aos educandários. Outro grande empecilho é o transporte escolar, que encontra dificuldades para chegar no interior. O Centro de Atividades Integradas, na Linha Ernesto Alves, foi atingido pelas águas. Por isso, o contraturno escolar deve ser realizado junto às escolas. A voltas às aulas ocorre na segunda-feira.

Conforme o secretário de Educação, Carlos Lutterbeck, há um decreto específico para a pasta que justifica as faltas dos alunos que não puderam estar nas escolas de 30 de abril a 10 de maio.

Também iniciaram conversas com o Conselho Municipal de Educação para reorganizar o calendário escolar. A Eeem 25 de Maio não foi atingida, mas, segundo a CRE, um ônibus vazio fará a circulação pelos pontos afetados onde há alunos para confirmar a segurança na passagem.

Em Fazenda Vilanova, duas escolas de Educação Infantil e duas do Ensino Fundamental, bem como a escola de Ensino Médio retomaram as aulas na quarta-feira. Já a Emef José Vitor Mairesse, em Linha Matutu, retomou as aulas nesta sexta-feira (10/5), após o restabelecimento da luz e água.

Em Paverama, a direção da Emei Pró-infância Casa da Criança, localizada no Centro, se deparou com um problema: diversos pontos do educandário com infiltrações, o que ocasionou o cancelamento das aulas. A troca do telhado iniciou na segunda-feira (6/5) e as aulas voltaram já na quinta-feira (9/5), bem como as da Eeem Paverama. O restante da educação municipal retornou na terça-feira (7/5).

Em Poço das Antas, não há condições para o transporte escolar. Nas escolas municipais, as aulas ocorrem presencialmente porque os pais estão levando os alunos. Porém sem transporte, muitos alunos do Ensino Médio não têm acesso ao educandário e, por isso, as aulas seguem virtuais. Na segunda-feira a questão será reavaliada conforme as previsões meteorológicas. Poço das antas faz parte da 2ª CRE.

Em Bom Retiro do Sul, as aulas na rede municipal serão retomadas na próxima segunda-feira, à exceção da Emef Geny de Souza, que foi atingida pela cheia e não tem prazo para retornar. Os alunos do educandário deverão ser direcionados para outro local, ainda não definido pela Secretaria de Educação. As quatro escolas estaduais seguem sem aula, mas a de Ensino Médio Brasília deve retomar as aulas também no início da semana. Conforme a CRE, a dificuldade está no transporte coletivo, uma vez que os acessos estão irregulares.

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