A Engenheira Ambiental e Doutora em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, Sofia Royer Moraes, fez uma avaliação sobre as cheias mais recentes que assolaram grande parte do Rio Grande do Sul. A especialista destacou a importância da prevenção em momentos como este em que o Vale do Taquari e demais municípios gaúchos têm enfrentado.
O Vale do Taquari sofreu quatro grandes cheias nos últimos oito meses, alcançando níveis nunca vistos antes (em Estrela 34,04m, e Lajeado 33,35m). São 80.826 pessoas em abrigos, 538.241 desalojados, 2.115.703 afetados, 806 feridos e 76.470 pessoas resgatadas. Pontes interditadas, vias bloqueadas, e centenas de mortes.
Segundo Sofia, toda essa situação, pode ser considerado como uma oportunidade para o estado ser um case mundial, em relação a adaptações climáticas. Onde deve ser repensado as cidades, mais esse não é um problema da região, e sim de um Brasil todo.Com as grandes cheias, o Vale do Taquari tem um grande problema que é a falta de casas para realocar todas essas famílias, que estão desabrigadas. Existe pessoas em casas de familiares, em abrigos do município. Algumas famílias montaram lonas e barracas, e estão vivendo dentro dessas condições, há algumas semanas.
Conforme Sofia existe uma grande necessidade da construção de novas pontes, e a dragagem dos rios, tornando o rio navegável, e tendo uma maior fluidez, no caso de novas cheias. A região está enfrenta grandes deslizamentos e para a engenheira ambiental, é uma situação que pode voltar a ocorrer, devido aos grandes volumes de chuvas.
Em Lajeado, o registro mais recente sobre o nível do Rio Taquari, apontou 26,06m e segue baixando lentamente.
A Universidade do Vale do Taquari (Univates), juntamente do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), devem realizar o mapeamento dos locais onde houve deslizamentos de terra, e principalmente locais onde foram atingidos pelas cheias.
O objetivo desse projeto é analisar dados, visando estudos científicos, trabalhos técnicos e acadêmicos. A população será de extrema relevância, pois devem contribuir com informações sobre a maior enchente já vista no Vale do Taquari. As imagens e as localizações informadas pela população, serão analisados com dados e softwares especializados para atualização de dados.