O número de casos de dengue em 2024 tem aumentado a preocupação com a doença no Rio Grande do Sul. No primeiro semestre, a quantidade de casos confirmados foi três vezes maior que no ano anterior, chegando a 174,1 mil confirmações. Desses, 10.237 são de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, um crescimento de 2.462 casos em comparação com 2023.
O crescimento no número de casos entre crianças e adolescentes nos primeiros seis meses do ano também é notável. As cidades que registraram números significativos foram Novo Hamburgo (1.033), Santa Rosa (927) e São Leopoldo (836). Embora apresente menor letalidade entre os jovens, a doença já vitimou três pessoas entre 10 e 14 anos no Estado. Os óbitos ocorreram nos municípios de Cachoeira do Sul, Santa Maria e São Leopoldo.
Desde o final de abril, as vacinas contra a dengue começaram a ser distribuídas para as Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Rio Grande do Sul. No total, o estado recebeu 50.658 doses da Qdenga, distribuídas para 67 cidades em quatro regiões de saúde. Contudo, das doses entregues apenas 10.225 (20,18%) foram aplicadas.
Entre as regiões que receberam as doses da Qdenga, a que possui menor taxa vacinal é a do Vale do Rio Pardo, onde apenas 280 (6,1%) das doses recebidas foram aplicadas no público alvo.
A região composta pela capital Porto Alegre e outros cinco municípios, é a que aplicou a maior quantidade de vacinas. Do total de 31.540 doses, 7.991 já foram utilizadas, o que representa 25,33% do total.
A chefe da Seção de Imunização do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Eliese Denardi Cesar, destacou a importância de se proteger contra a doença. “É importante levar as crianças e adolescentes, que são o público-alvo da vacina, para fazer a imunização. Mesmo com o frio, o mosquito continua em ação, ainda que mais lento”, afirmou.
A vacinação contra a dengue é realizada somente nas UBS dos municípios que já receberam as doses da Qdenga. O esquema vacinal completo inclui doses do imunizante, administradas com um intervalo de três meses.
Segundo o Ministério da Saúde, estão sendo vacinadas as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que, nacionalmente, concentra o maior número de hospitalizações por dengue nos últimos anos: 16,4 mil, de janeiro de 2019 a novembro de 2023.
A vacina deste fabricante não é autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para pessoas acima dos 60 anos, público que concentra o maior número de óbitos no Rio Grande do Sul.