A Sicredi Integração RS/MG promoveu, no fim de semana (31/8 e 1º/9), mais uma edição do Desafio Social. Mais de 100 jovens debateram sobre problemáticas do Vale do Taquari. O encontro ocorreu no Tecnovates e envolveu diversas instituições locais que já possuem iniciativas transformadoras, demonstrando a força da união e da diversidade em prol de um futuro mais próspero e sustentável.
Durante o evento, os jovens tiveram a oportunidade de se conectar e trocar experiências, buscando soluções inovadoras para realidades diversas. Foram trabalhados temas como saúde mental, mudanças climáticas, cidades inteligentes, gestão de donativos, turismo regional, inclusão e acessibilidade, diversidade e qualificação profissional.
As 20 ideias para impulsionar o desenvolvimento das comunidades da região foram apresentadas a uma banca avaliadora, que usou critérios como inovação, adesão à problemática, impacto social, escalabilidade e aplicabilidade. Foram eleitas as três melhores propostas. Estas, além de receberem uma premiação em dinheiro, poderão trabalhar junto ao Tecnovates para dar andamento ao projeto.
Para Graziela Reis Bogorni, diretora executiva da cooperativa, o Desafio Social foi uma oportunidade para unir pessoas com diversos talentos e pontos de vista em torno de um objetivo compartilhado. Ao promover o Desafio Social, a Sicredi demonstra que, mais do que uma forma de fazer negócios, o cooperativismo é um movimento que transforma vidas e impacta positivamente a sociedade.
Cooperativa de mulheres
O primeiro lugar foi conquistado pela Construnidas, uma cooperativa de mulheres para oferecer serviços de construção civil, desempenhando atividades para residências e empresas como marcenaria, hidráulica, elétrica, ferraria, pintura, entre outros. A solução visa proporcionar um espaço seguro e ético, além da qualificação de mulheres para estas atividades. O grupo recebeu R$ 15 mil para dar seguimento ao projeto.
Ana Paula Blume, integrante do projeto, relata que cada grupo recebia três propostas dentro de uma mesma temática e deveria escolher uma para dar andamento. Sua temática e dos colegas foi Diversidade e Qualificação Profissional. A mentoria foi realizada pelas integrantes da Associação Marines, de Lajeado, que possui, entre outros, o projeto Capacete Rosa. O mesmo é voltado à formação de mulheres para o ramo da construção civil.
“Escutamos relatos das mulheres formadas, que procuraram emprego em grandes empresas da área e eram colocadas para trabalhar com homens, sem estrutura nenhuma, e tinham que lidar com assédio, diminuição da capacidade, se sentindo perdidas e sozinhas. Disseram que voltariam a trabalhar em obras se tivessem companhia de mais mulheres. Outro ponto era a dúvida sobre quanto cobrar pelos serviços prestados”, diz Ana Paula.
A cooperativa Construnidas seria, então, a catalizadora destas mulheres já formadas, chamando-as para atuar em obras residenciais. Uma porcentagem do valor recebido pelos serviços prestados iria para o crescimento da cooperativa, que futuramente ampliaria os recursos e os cursos ofertados, pagando professores e pessoas envolvidas nas aulas e trazendo mais mulheres para se capacitarem.
“Não sei em que ponto percebemos que seria uma baita ideia, mas deu muito certo. A maioria de nós nem pensou muito, simplesmente nos inscrevemos e participamos. Estamos muito felizes e sem acreditar no resultado”, revela a estudante de Arquitetura e Urbanismo da Univates.
Segundo e terceiro lugares
O segundo lugar, Pluvia, focou na gestão de recursos hídricos, sugerindo a instalação de cisternas residenciais e comunitárias, interligando uma rede de agentes como governo, empresas, academia e comunidade. Considera um sistema de calha inteligente, tratamento da água e coleta de dados, contribuindo para a diminuição da saturação de água no solo e água potável ao alcance em caso de emergências. A proposta recebeu R$ 10 mil.
Já o terceiro lugar, Caminhos da Esperança, trouxe a necessidade de trabalhar o acolhimento de pessoas vulneráveis por meio de intervenções artísticas em locais públicos de grande circulação, gerando otimismo e esperança para quem as vê através de mensagens positivas e da ideia de que não estão sós. A iniciativa recebeu o prêmio de R$ 5 mil.