Trabalhadores são resgatados de condição análoga à de escravo em Candelária

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Os trabalhadores sofriam ameaças do empregador, que, segundo relatos, costumava portar armas de fogo / Crédito: Divulgação

Três trabalhadres domésticos, uma mulher de 33 anos e dois homens, de 43 e 22 anos, foram resgatados na terça-feira (17/9) na zona rural de Candelária. A ação é resultado de operação conjunta realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), acompanhada pelo Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul (MPT-RS), e como apoio da Polícia Civil, da Polícia Federal (PF), da Brigada Militar, do Conselho Tutelar e Assistência Social local. Dois adolescentes, de 11 e 15 anos e um bebê de 1 ano também viviam junto no local.

As famílias estavam alojadas em um galpão precário de madeira, também utilizado como curral, sem instalação sanitária, banheiros e água encanada. A água consumida era proveniente de uma cacimba, sem condições de potabilidade. Os trabalhadores laboravam em serviços gerais, trato de animais e atividades de limpeza, em troca de moradia, parca alimentação e pequenos valores em dinheiro.

De acordo com a procuradora do Trabalho Laura Valença Pinheiro Camello Zacarias, os trabalhadores não podiam deixar o local de trabalho por conta de dívidas, sofrendo ameaças do empregador. Foram coletados relatos, ainda, de agressões físicas e psicológicas. Um dos trabalhadores havia vendido um ano inteiro de trabalho por R$ 200.

O empregador foi notificado a efetuar o pagamento das verbas salariais e rescisórias dos três trabalhadores. O MTE emitiu o seguro-desemprego dos trabalhadores resgatados, que corresponde a três parcelas de um salário mínimo. No local, foram apreendidos pelas forças policiais um fuzil 762, uma espingarda de caça e dois revólveres. O empregador foi preso em flagrante e conduzido à Delegacia de Polícia Federal de Santa Cruz do Sul. Os trabalhadores foram acolhidos e estão em local protegido.

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