A prefeita de Paverama, Michele Vargas, e o vice-prefeito, David de Moura, avaliam de forma positiva o primeiro semestre da gestão. Moura reitera o desafio de governar um município pequeno com recursos limitados, mas destaca que as expectativas criadas pós-eleição foram atendidas, muito graças à dedicação do secretariado.
Na área da Saúde, Paverama gasta além dos 15% mínimos exigidos por lei. Contudo, a prefeita Michele enfatiza a necessidade de ao menos R$ 1 milhão em emendas parlamentares de custeio para conseguir fechar o ano.
A pasta da Saúde é considerada imprevisível, com emergências que exigem aporte de recursos e casos que superam os valores pactuados, como o reajuste financeiro na renovação de contrato com o Hospital Ouro Branco (HOB).
A gestão depende de emendas para suprir a necessidade de recursos, pois os repasses via Estado e União, mesmo somados aos recursos próprios que já ultrapassam o mínimo legal, não são suficientes para a realidade e os serviços prestados no município.
Michele ressalta o foco inicial em filas de espera, como o mutirão de exames de mamografia. Ainda, aponta a restruturação das equipes de vacina e teste de pezinho, agora realizado em todas as unidades de saúde. Por fim, menciona o investimento na capacitação das equipes.
Como um marco importante, nesta quinta-feira (26/6) Paverama inaugurará uma sala de fisioterapia dentro da Unidade Básica de Saúde, iniciativa para atender a grande demanda de pacientes crônicos e de reabilitação na cidade. Segundo os gestores, atualmente, mais de 60 pacientes necessitam do serviço por mês. Os atendimentos serão realizados em grupos.
Educação
Na Educação, o município eliminou a fila de espera por vagas em creches. Para o vice-prefeito, esta é uma grande meta dos primeiros 6 meses de gestão. Além disso, a equipe multidisciplinar do programa Crescer foi reestruturada em um novo espaço e formato, para atender crianças com laudo e necessidades especiais. Também houve aumento significativo dos grupos de convivência do município, bem como foi criado grupo novo com crianças de 0 a 6 anos de idade.
Os gestores reconhecem a necessidade de melhorias, investimentos na ampliação da infraestrutura e até a construção de novas unidades de ensino. A prefeita menciona que uma das escolas rurais da cidade necessita de melhorias. Para o próximo semestre, a prioridade inclui a implementação do turno integral em um desses três educandários.
Economia
O desenvolvimento econômico de Paverama é fortemente impulsionado pelo setor primário, que representa 60% da arrecadação do município. Desse percentual, 21% é proveniente das aves. O setor se destaca no sustento à economia local, seguido do leite (15%), da suinocultura e a produção de carvão.
Moura, que também atua como secretário de Desenvolvimento Econômico, menciona um mapeamento geográfico que indica a capacidade do município em comportar aviários e chiqueirões, gerando um retorno fiscal “interessantíssimo” e imediato.
A gestão investe no setor primário, como o pagamento do bônus agrícola para os produtores antes do plantio, e planeja investimentos futuros em maquinário e implementos agrícolas.
Já quanto à indústria, Michele fala sobre a grande expectativa com relação à fábrica da Fruki. A projeção de retorno fiscal da empresa, no entanto, é esperada para mais a longo prazo. A gestão foca em cuidar do presente, e a contribuição da Fruki será um “fôlego” financeiro futuro para o mandato.
Eles ainda citam a procura de empresas grandes devido à geografia da cidade, especialmente junto à BR-386 e à VRS-835 (acesso à cidade). Moura ainda observa que, no modelo atual, os pedágios também serão favoráveis a Paverama com relação a quem faz o desvio BR-386 / Teutônia.
Infraestrutura
A partir de agora, o Executivo pretende focar na captação de recursos para projetos, em especial, na infraestrutura. Hoje, 80% das estradas do município são de chão. “Toda obra que vem com recurso tem contrapartida, então temos que garantir esses valores. Precisamos pensar em financiamento para ter uma carta na manga para essas contrapartidas”, sinaliza Michele.
Reforma Tributária
Em relação à Reforma Tributária, que prevê a tributação no local do consumo e será implementada gradualmente até 2033 (com previsão de testes em 2025 e implementação a partir de 2027), Paverama já analisa os potenciais impactos econômicos negativos.
A prefeita Michele expressa que, embora ainda estejam em período de cálculo, a formatação atual da reforma indica que todos os municípios perderão recursos, especialmente os de menor porte.
A base de cálculo da reforma preocupa, pois utiliza os anos de pandemia, período no qual muitas empresas não estavam produzindo. Nesse sentido, a gestão se esforça para incentivar o cadastro do CPF dos munícipes, visando alguma arrecadação no consumo.