De touca e roupa de banho, os pequenos entram na piscina acompanhados de estudantes de Fisioterapia da Univates. Com alegria e curiosidade, cinco bebês com distúrbios neuromotores provam que o aprendizado pode ser divertido. E quem aprende não são só eles, mas também os acadêmicos que, em sala de aula e de forma voluntária, tiveram a iniciativa de praticar atividades na água com o objetivo de incentivar as crianças a realizar diferentes movimentos.
A ideia de trabalhar com a terapia aquática pediátrica surgiu na disciplina Fisioterapia Neurológica II, no semestre passado. A aluna Vanessa Hendges conta que algumas mães que acompanhavam seus filhos nas atividades realizadas na disciplina tinham o desejo de que seus filhos também pudessem ter práticas na piscina. “Como eu e outras colegas, na época alunas da disciplina, já tínhamos esta vontade de fazer um trabalho voluntário com bebês na piscina, surgiu a ideia do projeto voluntário de hidroterapia em pediatria”, conta.
Enquanto os bebês se entretêm em conjunto na água, do lado de fora, os pais assistem à folia com atenção. Entre os presentes, está Rafael Henrique Grave, pai de Nicolas Henrique Grave, de um ano e três meses. O pequeno, acompanhado também da vó Gertrudes, vem de Teutônia para participar das atividades. “Ele gosta muito. Desde a primeira vez que teve contato com a água, demonstrou aceitação”, conta o pai. Nicolas tem Síndrome de Down e uma agenda cheia de tarefas que incluem desde o acompanhamento em casa e na Apae até atendimentos na Univates. “Vir para a Univates nos deixou mais tranquilos. Temos muita sorte de ter uma estrutura como esta, além de todo o carinho demonstrado pelos profissionais. Parece que eles nasceram para isso, são dedicados e capacitados”, avalia o pai. Rafael também destaca que os encontros permitem a troca de experiências entre os pais com relação aos seus filhos.
As atividades começaram no início de abril deste ano e propõem uma vivência diferente para a formação dos acadêmicos. “Além de adquirirmos novas experiências e aprendermos na prática o fazer de um futuro fisioterapeuta, aprendemos o mais importante, que é olhar para cada criança como se fosse única”, conta Vanessa. A estudante de Fisioterapia explica que as atividades realizadas com bebês na água “melhoram o desenvolvimento motor e a capacidade cardiorrespiratória, inibem padrões anormais de postura e movimento, melhoram a coordenação motora, fortalecem a musculatura, além de promover a sociabilidade e serem prazerosas”, afirma Vanessa.
Sob supervisão e orientação da professora Magali Quevedo Grave, os exercícios são realizados por estudantes voluntários do curso de Fisioterapia que cursaram ou estão cursando as disciplinas Hidrocinesioterapia e Fisioterapia Neurológica II. O projeto foi pensado e está sendo executado pelas estudantes Vanessa Hendges, Taís Battisti, Laura Lopes e Mariana Arenhart, e também tem o auxílio da estagiária Daniele Krützmann. O grupo salienta que precisa de mais voluntários, o que permitirá que mais bebês sejam atendidos. Interessados devem encaminhar e-mail para vanessa.hendges@universo. univates.br.
Saiba mais
Distúrbios neuromotores são alterações relacionadas ao tônus muscular que acarretam atraso na aquisição de habilidades motoras, como sentar, engatinhar e caminhar. Essas alterações podem ser originadas de diagnósticos como Síndrome de Down, paralisia cerebral e lesão obstétrica de plexo braquial, por exemplo.