Um encontro realizado na terça-feira (20/11) no Balneário Amizade, da localidade de Linha Glória, em Estrela, teve o objetivo de apresentar os resultados alcançados durante o ano pelo Projeto Saúde no Meio Rural e planejar atividades para o ano de 2019. Na ocasião estiveram reunidas representantes da Associação de Mulheres Estrelenses (AME), da Emater/RS-Ascar e da Secretaria Municipal da Saúde para uma avaliação do programa que visava realizar um diagnóstico da situação alimentar e nutricional das mulheres de comunidades rurais do município, propondo ações a partir dos diagnósticos obtidos.
O projeto – que buscou promover e valorizar a alimentação natural – envolveu 110 mulheres das comunidades de Linha Glória, Costão, São José, Delfina e do bairro Oriental, que realizaram avaliações antropométricas e de marcadores de consumo propostos pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan). Destas, 58 apresentaram quadros de obesidade e seis em situação de pré-obesidade. Dentre as doenças associadas, 57 tinham problemas de colesterol alto, 56 eram hipertensas, 16 estavam com diabetes, 16 com osteoporose e 16 com problemas cardíacos.
Após a devolução dos resultados houve discussão sobre educação alimentar – que deverá ser ampliada durante o ano de 2019, a partir de encontros comunitários. “A intenção é a de propor mudanças a partir do cenário observado nos diagnósticos alimentar e nutricional”, salienta a extensionista da Emater/RS-Ascar, Tânia Queiroz Stein. Ao lado das nutricionistas Jaqueline Andrea Mallmann e Maína Hemann Strack, ambas da Secretaria Municipal de Saúde de Estrela, com o apoio da assistente técnica regional da área Social da Emater/RS-Ascar, Elizangela Teixeira, Tânia foi uma das responsáveis pelo desenvolvimento do projeto.
Para Tânia, a inserção do profissional nutricionista junto às ações de extensão rural contribui para uma vigilância alimentar e nutricional permanente. “Fora o fato de que a atenção básica à saúde passa a ser descentralizada, com capilaridade e próxima a vida das pessoas”, salienta. A extensionista lembra ainda que a ideia está relacionada as mudanças de hábitos nos últimos anos, com a padronização dos hábitos alimentares, a redução do consumo de alimentos das propriedades ou mesmo artesanais, que são substituídos por produtos industrializados. “E isso se reflete no estado nutricional, com pessoas obesas e com doenças crônicas”, finaliza.