Produtores de Estrela dão exemplo de consciência e preservação

Em muitas propriedades do município eles estão captando água da chuva, utilizada para diversas finalidades

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Crédito: Paulo Ricardo Schneider / divulgação

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Saneamento Básico de Estrela está engajada no Dia Mundial da Água, que será comemorado neste domingo (22/03). Num contexto de estiagem, que deixa marcas na qualidade de vida, no ambiente e na economia, e a orientação da Organização das Nações Unidas (ONU) para evitar o desperdício e o reaproveitamento, a secretaria recomenda, nas licenças emitidas, a reutilização da água da chuva.

Neste sentido, vários produtores estão armazenando água da chuva, usada em diversas atividades. “São exemplos a serem seguidos, de ações ecologicamente corretas, que preservam a água potável para as futuras gerações”, diz o secretário do Meio Ambiente Gaspar Franco.O casal Nelson e Dulce Petter, junto com o filho Guilherme, comanda a propriedade localizada no Distrito de Delfina, que tem capacidade para alojar 1.500 suínos. Há dois anos, captam a água da chuva para lavar as pocilgas – são duas estruturas de 655 metros quadrados cada – o que é feito em média a cada 110 dias, quando os lotes de suínos são encaminhados às integradoras. As quatro caixas d’água armazenam 40 mil litros, utilizados também em outros usos na propriedade, como a limpeza de implementos e irrigação da horta. Em média, o consumo é de 12 mil litros para a higienização de cada pavilhão.

O investimento de R$ 28 mil para a instalação do sistema se justifica não apenas economicamente. “A questão maior é a preservação da água potável, pois se não fosse isto teria que ser usada para a limpeza”, diz Guilherme. Em Novo Paraíso outro exemplo é o dos produtores Hilário e seu filho Tair Fell. Com dois confinamentos de gado de leite, são 330 animais na propriedade, dos quais 170 em lactação. A água é captada em dois pavilhões, numa área de 3.900 metros quadrados, e armazenada em 20 caixas com capacidade para 5 mil litros cada. O primeiro sistema foi implantado há cerca de oito anos e o segundo há dois.

Com o alto consumo pelos animais, principalmente das vacas em lactação, os 100 mil litros que podem ser armazenados garantem água para o plantel e também é utilizada na limpeza da ordenha.  Tanto a questão econômica quanto a preservação da água potável foram fatores preponderantes para o investimento da família no sistema.  “Esta proposta está incorporando cada vez mais adeptos, principalmente nesta época de chuvas escassas. Queremos que esta prática deixe de ser esporádica e passe a fazer parte da rotina de nossos empreendedores”, reforça o engenheiro agrícola que atua na área de licenciamento da Secretaria do Meio Ambiente, Arly Volken. 

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