Em Teutônia, comércio não abre amanhã e todos os decretos estão mantidos até, pelo menos, dia 06

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Prefeitura de Teutônia registrou queda nos repasses desta semana

Teutônia não vai retomar o comércio a partir de amanhã (01/04). Em live na página da CIC Teutônia, o prefeito Jonatan Brönstrup anunciou que todas as medidas dos decretos emitidos até hoje, que estabelecem restrições, estão mantidas até o término do período estipulado nos documentos, no caso, o dia 06 de abril, próxima segunda-feira.

Durante esta semana devem ser feitas novas avaliações sobre a abertura gradual a partir da próxima semana. Segundo o prefeito, a decisão leva em conta a opinião unânime de todos os profissionais de saúde que compõem o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus. “Não é uma decisão fácil, é um momento desafiador, estamos seguindo a orientação dos profissionais de saúde, que é quem têm como nos abrir os olhos neste momento. Não é uma ‘gripezinha’, ela tem ceifado vidas”, destaca o prefeito.

O diretor técnico do Hospital Ouro Branco e integrante do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, médico Humberto Alencar da Costa, demonstrou a preocupação com o crescimento exponencial de casos no Estado, proporcionalmente maior ao de São Paulo.
Reforçou que em Teutônia há um grande aumento no número de pessoas em quarentena. “Tínhamos 44 pessoas, e ontem foi para 77. Hoje vamos passar as 100 pessoas isoladas. E essas se multiplicam, porque não moram sozinhas, então são de 300 a 500 pessoas em quarentena”, explica.

Ele destaca que o município não pode testar essas pessoas, pois o protocolo define testagem apenas de pessoas hospitalizadas. “Então são casos suspeitos, sem confirmação, que tem que seguir as normas de isolamento”, salienta.

Outra preocupação demonstrada pelo médico é que a ocupação da UTI Covid, do Hospital Bruno Born, em Lajeado, já tem 50% dos leitos ocupados. “E ainda é outono, não chegamos no inverno. Então preocupa. Cenário não é fácil, mas as medidas de contenção são as mais seguras”, reafirma.

O chefe da vigilância sanitária de Teutônia, Evandro Borba, destacou a preocupação com a falta de EPIs e materiais necessários para os atendimentos e para os profissionais de saúde. “Isso não nos deixa confortáveis para abrir comércios, lugares que possam ter aglomerações. Não é negar [a questão econômica], mas vai dar superlotação [sem medidas tomadas]. Depois a própria comunidade vai cobrar que a Vigilância Sanitária não fez nada. Queremos que a população entenda que o isolamento é a melhor medida no momento”, reforça.

O presidente da CIC Teutônia, Airton Kist, disse que tem sido um grande desafio, principalmente observar a parte econômica. Que a entidade está preocupada, mas tem acompanhado todas as reuniões do Executivo e também do Comitê. “Além de representar empresas, sabemos que as empresas são formadas por pessoas, que a saúde das empresas são as pessoas. E que esse olhar, neste momento, se faz necessário. Apesar da nossa tristeza, do nosso olhar querendo que as empresas se normalizem, entendendo e se colocando ao lado de cada empresário que agora olha para seu negócio”, declarou.

Ele opina ainda que, mesmo abrindo o comércio, sabe que as pessoas não vão ir para as ruas. “Mesmo que com tristeza, querendo que as coisas se normalizem, respaldamos a decisão. Achamos muito prudente para o momento porque isso, realmente, se faz necessário. E dizer que a CIC está e permanece do lado de seus associados, querendo o melhor para todos. E o melhor para Teutônia neste momento é cumprir sim mais alguns dias de cuidado”, aponta.

Kist disse ainda que espera que o governador Eduardo Leite também tome uma decisão para facilitar as decisões do Executivo. “E que nosso presidente se posicione melhor. Nós como empresas podemos sim receber este olhar também, do lado do nosso Ministro da Economia, Paulo Guedes. Que possamos juntos construir soluções”, destaca. Aos comércios, destacou que “precisamos entender que o mundo mudou e temos que nos reinventar neste momento”.

O prefeito Jonatan Brönstrup disse que o Executivo vai manter a construção conjunta, com diálogo, como tem sido feito. “Não tem decisão fácil para problemas tão complexos. Ainda mais quando não se tem remédio ou vacina que vai dar uma solução em um tempo tão rápido, sem deixar marcas, sejam sociais, mas principalmente na vida, fazendo com que percamos vidas. Este é nosso dever, primeiro resguardar vidas. E depois a economia, a manutenção de empregos, fazer o que estiver ao nosso alcance. Precisamos muito da compreensão de todos”, pontua. Disse que a administração municipal estará disponível para buscar uma condição de facilitação na resolução dos impactos da pandemia. “Mas também entendemos que é momento de o governo federal se posicionar de maneira mais precisa, o governo estadual de maneira mais objetiva, para nós aqui na ponta nos posicionarmos da melhor maneira para garantir a vida das pessoas”, conclui.

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