Em entrevista ao programa Espaço Aberto da Rádio Popular FM na manhã desta sexta-feira (03/07), o presidente da Associação de Municípios do Vale do Taquari (Amvat), prefeito de Imigrante, Celso Kaplan, informou que deve acontecer na próxima terça-feira uma nova videoconferência, em que um dos temas será a aprovação de um kit de medicamentos, cujo protocolo recomendará o fornecimento aos pacientes para usarem durante os primeiros cinco dias de sintomas gripais. “Queremos implantar nos municípios um protocolo único para distribuição de um kit de medicação. Lógico, a pessoa que não quiser, pode rejeitar, mas será mais uma ferramenta para mostrar que não é só o discurso do ‘fique em casa’”, explica.
Já existe um protocolo proposto e utilizado pelo Município de Lajeado, onde constam quatro medicamentos: cloroquina/hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e zinco. Ele foi elaborado por um grupo de médicos de Lajeado e região, que se basearam em estudos científicos e experiências exitosas de outros lugares do país. Kaplan não antecipou quais serão os medicamentos.
A ideia é, com este embasamento, formar um protocolo com cinco medicamentos e usá-lo em nível de Vale, “mas tudo depende dos sintomas, de como o paciente está e da conduta que o médico vai adotar”, conta o presidente da Amvat. “Já tem um grupo de mais de 100 médicos trabalhando nisso, juntando o protocolo de Lajeado com outro que está sendo estudado, faremos um único protocolo”, salienta Kaplan.
Questionado se apenas experiências gaúchas seriam levadas em consideração para a elaboração do protocolo, ou se seriam avaliadas outras situações, como é o caso de Campo Grande (Mato Grosso do Sul). Kaplan salientou que seriam analisadas todas as possibilidades, inclusive cidades da Espanha que tiveram êxito no combate à doença. O presidente da Amvat também informou que a Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), que compreende a Serra Gaúcha, também está em fase de utilização do protocolo de medicamentos preventivo.
O portal do jornal Correio do Estado, de Mato Grosso do Sul, publicou reportagem no dia 1º de julho em que anuncia um protocolo a ser adotado na capital do Estado, Campo Grande. Em reunião entre o prefeito Marcos Trad (PSD), o secretário municipal de Saúde, José Mauro de Castro Filho, e representantes de um grupo de médicos da cidade estabeleceu um protocolo para tratamento da Covid-19 na capital.
Conforme a notícia sul-matogrossense, pessoas sem sintomas que tiveram contato com casos confirmados e pacientes em fases iniciais dos sintomas serão tratados com ivermectina e hidroxicloroquina, respectivamente. O Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), formado por um grupo composto por cerca de 200 médicos, definiu o protocolo para tratar precocemente a doença.
Há controvérsias!
A mesma reportagem do Correio do Estado (MS) também traz o contraditório acerca do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no Brasil e no Mundo, algo que também foi ressaltado em entrevista à Rádio Popular pelo médico de Teutônia, Humberto de Alencar Oliveira da Costa. A Sociedade Brasileira de Infectologia, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira emitiram nota para seus profissionais orientando para “não utilizar hidroxicloroquina ou cloroquina de rotina no tratamento da Covid-19 (recomendação fraca, nível de evidência baixo)”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), a FDA (agência reguladora de medicamentos dos EUA), a Sociedade Americana de Infectologia (IDSA) e o Instituto Nacional de Saúde Norte-Americano (NIH) recentemente recomendaram que não seja usado cloroquina, nem hidroxicloroquina para pacientes com Covid-19, exceto em pesquisas clínicas, devido à falta de benefício comprovado e potencial de toxicidade. A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) também segue e recomenda tais decisões.