Estudante da Univates pesquisa igualdade de gênero e acesso de mulheres à carreira de bombeira militar no RS

Levantamento realizado pela estudante teve abrangência estadual

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Tatiane Cezimbra / Crédito da foto: divulgação

A estudante da Universidade do Vale do Taquari – Univates Tatiane Cezimbra Freitas, de Arroio do Meio, no seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do bacharelado em Direito pesquisou a igualdade de gênero e o acesso feminino à carreira no Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul. 

Intitulada “Empoderamento feminino na profissão de bombeira militar no Rio Grande do Sul”, a pesquisa teve como objetivo identificar as características de acesso que as mulheres têm à carreira no Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) e, ainda, a existência da desigualdade de gênero na realidade vivida pelas mulheres bombeiras militares e quais são os desafios para enfrentar essa adversidade. 

As experiências da estudante atuando no CBMRS há quatro anos a motivaram a realizar a pesquisa para a conclusão do curso de Direito.

Dados levantados

Apesar dos resultados promissores, ainda há muito espaço para ampliar a participação feminina na área, garantir condições de equidade e erradicar o preconceito e a desigualdade. Conforme dados oficiais do site do CBMRS, atualmente o Corpo de Bombeiros conta com 2.720 militares em atividade. Desse número, 236 são mulheres, ou seja, apenas 8,6% do total. Das 236 mulheres atuantes, 52,11% responderam ao questionário aplicado por Tatiane. Foram 123 respostas, que permitiram que a jovem identificasse que cerca de 70% das entrevistadas relataram perceber desigualdade de gênero na instituição. 

A pesquisa ainda contemplou a realização de entrevista com as três primeiras mulheres a ingressar no CBMRS, que relataram a luta para serem aceitas e respeitadas na instituição. As entrevistadas, a partir das respostas analisadas pela estudante, indicaram perceber indícios de resistência e hostilidade à sua chegada na corporação, fato também vivenciado por 57,7% das participantes do estudo. 

As primeiras mulheres a ingressar nas corporações também descreveram a necessidade de lutar para provar a capacidade de exercer a profissão como qualquer colega homem. “A desigualdade de gênero resulta de uma cultura patriarcal que ainda prepondera nas relações profissionais”, explica a estudante. 

Conquistas 

A professora Elisabete Cristina Barreto Müller, orientadora do trabalho, observa a importância de discutir esse tipo de problemática no contexto acadêmico. “Se buscamos um mundo melhor, de respeito e solidariedade, não há outro caminho que não o da igualdade”, relata. A igualdade de gênero é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sendo central na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). “A Univates está inserida com ações desse eixo e, nesse sentido, pesquisas relacionadas têm o nosso total apoio”, destaca a docente. 

Os resultados encontrados por Tatiane, conforme a professora Elisabete, demonstram o empoderamento feminino numa instituição que até recentemente era constituída apenas de homens. “O trabalho da Tatiane aponta que, se as mulheres fazem o mesmo concurso, elas têm as mesmas condições de trabalho e reconhecimento; não devem ser encaradas como o sexo frágil e com menos potencial”. 

Contribuições da pesquisa 

A estudante acredita que, ao destacar a trajetória de mulheres militares do RS, pode contribuir para o empoderamento feminino e instigar que outras mulheres busquem a inclusão e o acesso a profissões com predominância masculina. 

A acadêmica observa que há uma nova mentalidade coletiva surgindo, com uma visão mais ampla sobre a discussão sobre gênero nesses espaços. “Mais mulheres estão ingressando na instituição e automaticamente aumentando os postos de comando assumidos por elas”. Tatiane acredita que o fato expande a capacidade de discutir as relações de gênero na área militar. 

Ainda, para a estudante, a partir da educação as novas gerações formarão profissionais mais preparados para lidar com as diferenças e a igualdade.  

Ineditismo

Tatiane comenta que o trabalho exigiu muita dedicação. “Mas valeu todo o esforço. Não que fosse um estudo feito simplesmente para poder finalizar o curso, mas trouxesse significado para as mulheres ao abordar algo tão importante e necessário atualmente”, revela. 

O trabalho foi o primeiro realizado no Estado que tratou sobre o empoderamento das bombeiras militares atuantes no Corpo de Bombeiros Militar do RS. Também foi o primeiro trabalho que buscou conhecer a história da instituição, identificar o quantitativo de mulheres pertencentes ao CBMRS e demonstrar o quanto a mulher é imprescindível e necessária nessas profissões. 

Inscrições abertas

O curso de Direito é um dos 29 cursos de graduação presenciais da Univates que recebem inscrições. Os candidatos podem se inscrever gratuitamente no vestibular, que está sendo realizado de forma on-line, em www.univates.br/vestibular. Para participar, o candidato seleciona a modalidade e o polo, quando for curso EAD, e preenche um formulário com seus dados.

Ao finalizar a inscrição, é enviado e-mail com uma senha para acessar o ambiente virtual de prova em univates.br/startunivates. A prova pode ser realizada a qualquer momento e tem duração de até duas horas a partir do momento do sorteio do tema da redação. A correção das provas acontece em até 48 horas, e o resultado é enviado para o e-mail do candidato, que, se aprovado, pode realizar sua matrícula de forma on-line em univates.br/startuivates.

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