Em reunião realizada nesta quarta-feira (05/07), no fórum de Venâncio Aires, os prefeitos de Lajeado, Venâncio Aires, representante do chefe do Executivo de Santa Cruz do Sul, juízes, promotores e membros do Ministério Público, bem como do poder Legislativo das três cidades, além do Vale do Rio Pardo, e membros da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) demonstraram insatisfação com a política estadual de envio de apenados de alta periculosidade de todas regiões do Rio Grande do Sul para a Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva). A situação se agravou muito desde que, por uma decisão do Tribunal de Justiça, não cabe mais ao poder judiciário se responsabilizar pela destinação dos apenados, e sim a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), ou seja, o poder executivo estadual. Dessa forma, presos de alta periculosidade e suas quadrilhas, todas com o intuito de burlar a lei e estabelecer o caos regional estão sendo enviadas para os Vales do Taquari e Rio Pardo. Em manifesto assinado pelos três prefeitos, afirma-se que as estatísticas apontam significativo aumento de assaltos, roubos, tráfico de drogas, enfim, a violência vem crescendo de forma alarmante transformando cidades interioranas em bases de sustentação e ramificação do crime organizado.
Além da alta periculosidade dos apenados, a superlotação do Presídio Estadual de Lajeado (PEL) se configura no assombroso número de 2,8 presos por vaga, uma das situações mais preocupantes do Estado. “Com a Peva recebendo presos da grande Porto Alegre não há espaço para que se possa fazer a distribuição equânime dos apenados que cumprem pena em Lajeado, Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires”, afirma o prefeito Caumo. A maior indignação dos chefes do Executivo, promotores, juízes e vereadores das referidas cidades reside no fato de que fora prometido pelo governo do estado de que não seriam enviados apenados da grande Porto Alegre para Venâncio Aires, antes da construção da Peva. A promessa foi de que a Peva deveria ser o local de cumprimento de pena dos presos dos vales do Taquari e Rio Pardo.