Fundo Filantrópico repassa mais de R$ 470 mil a entidades do Vale

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Representantes das entidades contempladas prestigiaram o evento/Crédito da foto: Simone Rockenbach/Divulgação

A segunda-feira foi marcada pela solidariedade na Sicredi Vale do Taquari, quando 62 entidades da regional participaram da solenidade de entrega dos valores do Fundo Filantrópico. Contemplando projetos de educação, saúde, assistência social, esporte, dança e música, a cooperativa repassou mais de R$ 470 mil para organizações jurídicas sem fins lucrativos dos municípios onde está inserida. O valor compreende também aquelas cujo benefício já estava em vigor.

De acordo com o presidente Adilson Carlos Metz, o Fundo Filantrópico é uma das formas de atender aos princípios do cooperativismo e gerar benefício à comunidade.  “Estamos contribuindo com ações sociais visando desenvolver não só economicamente, mas também socialmente a nossa região”, afirmou. Diretor executivo, Luiz Mario Leite Berbigier ressaltou que os recursos são provenientes dos próprios associados e que, mais do que o fortalecimento financeiro, a cooperativa preza pelos valores sociais e culturais, defendendo uma sociedade mais humana e igualitária: “Somos uma instituição diferente. Nós construímos juntos um mundo melhor. Só depende de nós”.

Os 380 alunos da Escola Municipal Francisco Oscar Karnal (FOK) serão alguns dos beneficiados em Lajeado. A instituição, localizada em uma área considerada de alta vulnerabilidade social atende a crianças e adolescentes do ensino fundamental, além de promover a Educação de Jovens e Adultos (EJA). O projeto Biblioteca Mário Quintana de Cara Nova renovará o acervo de livros, computadores, mapas e jogos, proporcionando um ambiente moderno e acolhedor, com o qual muitos só têm contato na escola. “Queremos mostrar para eles que existe algo melhor e a biblioteca é um ponto fundamental”, explicou a diretora Marisete Mathes. Segundo ela, por depender de contribuições espontâneas, a FOK carece de muitas melhorias e o auxílio da Sicredi veio de encontro a uma das maiores necessidades: fontes de informação.

Já a comunicação dos portadores de necessidades especiais será estimulada através do projeto Dando Asas, da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Cruzeiro do Sul, a qual atende a 29 alunos entre 11 e 58 anos nas áreas de convivência, psicologia, psicopedagogia e fonoaudiologia. De acordo com o presidente Alberi Veiga da Silva, o valor recebido será destinado para a aquisição de três tablets programados para instigar a interação dos usuários entre si e com aqueles que os rodeiam, colaborando na socialização das pessoas especiais. O Fundo também será responsável pela manutenção da Associação Cultural Vozes do Coração, de Santa Clara do Sul. Composto por 23 integrantes, o grupo participa de encontros de corais e faz apresentações em missas festivas e homenagens fúnebres, levando à comunidade a arte da música. Com dificuldades para bancar as despesas que envolvem o regente do coral, a verba do projeto Canto, Tradição e Comunidade vai mudar o destino da associação: “Estávamos praticamente decididos a desativar o CNPJ e na hora em que veio essa notícia ficamos muito felizes”, relatou o presidente Darcilo José Johann, reconhecendo que isso garantirá a manutenção das atividades.

A continuidade dos 17 anos de atuação da Associação Hospital Dr. Anuar Elias Aesse, em Boqueirão do Leão, igualmente estava ameaçada, mas graças ao projeto Prevenção e Combate a Incêndio a história será diferente. A entidade atende aos cerca de oito mil habitantes do município, além das localidades mais próximas como Progresso, Gramado Xavier e Sinimbu, prestando serviços ambulatoriais, de emergência, internações e algumas cirurgias, dentre as quais cesarianas, apendicites e hérnias. Conforme o administrador Alessandro Weber, a associação padece com a crise da saúde no país e estava com o alvará de funcionamento ameaçado pela não renovação do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). O recurso doado representa parte do necessário para iniciar a execução das reformas na estrutura do prédio, as quais garantirão a aprovação do PPCI. “Isso é o que vai nos ajudar, porque o básico para manter as portas abertas é o alvará dos bombeiros e só assim o hospital vai continuar atendendo”. Enaltecendo a atuação da Sicredi, Weber elogiou: “É fantástico. A gente vê a devolução do que a comunidade emprega na cooperativa. Logo todos vão poder ver o resultado de algo que eles mesmos contribuíram”.

O fundo

O Fundo Filantrópico da Sicredi Vale do Taquari está instituído em estatuto e destinará anualmente 2% das sobras líquidas a entidades jurídicas sem fins lucrativos, associadas da regional e que possuam projetos que visem a ampliação do acervo de bibliotecas ou que envolvam portadores de necessidades especiais, meio ambiente/sustentabilidade, inclusão social e educação financeira. Também podem ser incluídas creches, escolas e cooperativas escolares, bem como projetos culturais que desenvolvam folclore, música e teatro. Ainda são aceitos os projetos esportivos destinados à inclusão social de crianças e jovens e aqueles que auxiliem a comunidade em geral, não sendo permitida a utilização dos recursos para patrocínios ou eventos. Os valores são rateados entre as agências proporcionalmente ao número de associados e resultado do exercício. A próxima distribuição terá as inscrições abertas em maio de 2018. “Quanto mais a comunidade abraçar a cooperativa e trabalhar com ela, mas vamos ter condições de retribuir e ajudar a realizar essas ações sociais”, destaca Metz.

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