Importações de leite em pó pautam relação do Brasil com o Uruguai

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Os problemas ocasionados pelos volumes de importação de leite em pó, especialmente do Uruguai, o que afetou toda cadeia produtiva brasileira, principalmente no Rio Grande do Sul, segue sendo pauta de reuniões, mobilizações e discussões diplomáticas entre os dois países. Depois do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, anunciar no dia 10 de outubro que o Brasil suspendeu a importação de leite do país vizinho por tempo indeterminado, o presidente uruguaio Tabaré Vásquez anunciou, no fim de semana seguinte, contato com o presidente Michel Temer, o qual teria garantido que não haverá inconvenientes para o ingresso de leite no Brasil.

A suspenção das licenças automáticas de importação de leite do Uruguai anunciada por Maggi está baseada em suspeitas de que o produto não seja totalmente produzido naquele país, ou seja, os uruguaios exportariam mais leite do que poderiam produzir, triangulação com a compra de leite de terceiros para exportar. Uma missão técnica brasileira inicia diálogo com o Ministério da Pecuária do Uruguai, realizando vistorias para averiguar a situação e a rastreabilidade do produto, cruzando dados do volume produzido localmente com o consumo interno e as exportações ao Brasil e outros países.

Esta suspensão da compra de leite uruguaio deverá ser temporária, com Maggi defendendo o estabelecimento de cota de importação do produto pelo Brasil, o que pode auxiliar a regular o mercado.

“O cenário é muito negativo, interferindo na geração de emprego e renda no campo. Inclusive, muitas famílias têm deixado a atividade”, destaca o presidente da Cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, que integrou comitivas em audiências com o Governo do Estado e o Governo Federal. Segundo levantamento da Emater/RS-Ascar, cerca de 1,8 mil famílias dos Vales do Taquari e Caí já abandonaram a produção de leite. “Precisamos, urgentemente, fortalecer o mercado interno de lácteos, ampliando as compras governamentais do leite nacional, além de mecanismos de controle para a importação de leite em pó dos países do Mercosul, especialmente do Uruguai, origem do maior volume atualmente”, acrescenta.

Para Bayer, é essencial a união de esforços para minimizar os problemas e prejuízos à cadeia produtiva do leite. “O Brasil precisa dessas relações comerciais internacionais, por isso não somos contra a importação, mas que os volumes de leite em pó que ingressam no país e, especialmente, no Rio Grande do Sul, não desestruturem toda a nossa cadeia produtiva”, conclui.

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