Setembro Amarelo é a campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, com o objetivo de alertar a população a respeito desta realidade no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. Ocorre no mês de setembro, desde 2014, por meio da identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações. O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Estrela destaca a campanha e promove, nesta quarta-feira (05/09), a partir das 13h30min, um encontro aberto à comunidade para abordar situações que geram sofrimento mental e que podem vir a desencadear tentativas de suicídio.
Segundo a coordenadora do Caps, enfermeira Rosana da Rosa Benovit, setembro é um marco, mas o tema suicídio é trabalhado durante todo o ano nas unidades de saúde do município. “O Caps é a unidade de referência em saúde mental e o local de esclarecimentos e tratamento de quadros clínicos que podem incitar ao suicídio. Por isto, funciona com horário estendido das 8h às 18h, sem fechar ao meio-dia”, ressalta.
Também nesta quarta-feira a Secretaria Municipal da Saúde de Estrela vai enviar equipe de psicólogos e enfermeiros para participar do Seminário Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, que será realizada no Salão de Atos do prédio 4 do campus da PUC, em Porto Alegre. O encontro faz parte da programação do Setembro Amarelo. Segundo a coordenadora geral da Atenção Básica da Secretaria da Saúde, enfermeira Leandra Baldissarelli, a partir daí serão propostas novas atividades sobre a temática para que sejam desenvolvidas pelos profissionais junto à comunidade. Em Estrela, dados estatísticos de notificações realizadas pela Secretaria da Saúde apontam que de janeiro a junho deste ano houve sete tentativas e um suicídio consumado. No mesmo período de 2017 foram quatro suicídios e 24 tentativas.
Projeto voluntário
Além das ações do poder público, existe também um projeto voluntário de valorização à vida e preservação ao suicídio, liderado pela psicóloga Beatriz Iochims, em Estrela. Há mais de um ano a profissional promove encontros mensais, abertos à comunidade, na primeira terça-feira de cada mês. Segundo ela, cada encontro aborda uma temática diferente. São sintomas, forma de abordagem, identificação de sinais e esclarecimentos em geral. “O objetivo é trazer informações para a comunidade sobre um assunto de saúde pública, que vem crescendo e precisa ser falado. É preciso quebrar este silêncio, mostrar que o suicídio pode ser evitado e que alguns familiares ainda se sentem descriminados pela sociedade”, alerta.
Para chamar atenção da população e marcar o Setembro Amarelo, ela espalhou cruzes e faixas amarelas em vários pontos da cidade, como o Parque Princesa do Vale, junto à sinaleira da Avenida Rio Branco e posto de combustíveis do Bairro Auxiliadora. “As cruzes representam a morte. As pessoas têm que ficar atentas, prestar atenção no número de mortes por suicídio, que é alarmante. Significa um ato de desespero de extremo sofrimento. É preciso um novo olhar sobre isto, porque ninguém quer falar sobre o assunto com medo de motivar o suicídio, mas é importante saber que essas pessoas podem ser ajudadas”, reforça.