Consciência negra é trabalhada com histórias e brincadeiras em escola estrelense

Sessões da Hora do Conto e atividades relacionadas são realizadas com alunos da Emef Ruth Markus Huber

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Orgulhosos com suas bonecas, alunos são incentivados a trocá-las, em um gesto de afeto e gentileza

Assuntos como racismo e a cultura negra são mais constantes em novembro, também por ocasião da Semana da Consciência Negra. No Brasil, o Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Ruth Markus Huber o tema tem sido trabalhado nas sessões da Hora do Conto e em atividades paralelas relacionadas. As sessões iniciaram nesta segunda-feira (19/11) e irão até a próxima quinta-feira (22/11), envolvendo as turmas do jardim ao 5º ano.

São duas as histórias passadas aos alunos. “O cabelo de Lelê”, da autora carioca Valéria Belém, com a qual são tratados temas como o respeito à diversidade e a valorização da cultura africana. Outra da boneca “Abayomi”, uma tradição que nasceu durante as viagens dos africanos para o Brasil como escravos, quando para acalentar e distrair suas crianças, as mulheres rasgavam pedaços da própria saia ou vestido para fazer as bonecas com retalhos, tranças e nós. Quem conta as histórias é a monitora Nirce Maria dos Santos (68). Já há três anos é ela a responsável por contar as mais diversas histórias aos alunos, não apenas nesta semana. “Mas esta semana as sessões são ainda mais especiais”, diz ela, que é negra. “E com orgulho. Amo negros, amo brancos, amo gente”, revela. “As crianças adoram as histórias, as brincadeiras, e entendem muito bem os valores. Já fui vítima de racismo na vida, as coisas evoluíram muito, mas trata-se de uma base que está na família. Não deve ser trabalhada apenas na escola”, avalia.

As histórias são procedidas de atividades relacionadas. Uma a “Escravos de Jó”, uma brincadeira de origem africana que estimula a atenção, concentração, coordenação motora, ritmo, linguagem e cooperação. Outra é a que motiva os alunos a confeccionarem a própria boneca Abayomi. “Eles adoram fazer as bonecas, que naquela época não tinham a demarcação de olhos, boca ou nariz, não só porque era difícil fazer, mas porque era importante que as várias etnias presentes dentro do navio negreiro pudessem se identificar nela. Por isso que, depois de prontas, a gente também estimula a troca das bonecas entre os alunos, num exemplo de gentileza, afeto, igualdade. É considerado amuleto de proteção e amor, pois quando você faz e dá para alguém também se está dando o melhor de si”, detalha.

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