Teve início na segunda-feira (18/02) o Congresso Internacional de Educação, realizado pela Universidade do Vale do Taquari – Univates em parceria com a Associação dos Secretários Municipais de Educação do Vale do Taquari (Asmevat).
Com o tema “Desafios da escola na educação contemporânea: futuros possíveis da escola”, o evento será realizado até o mês de julho, tendo por objetivo promover espaços de reflexão sobre as práticas pedagógicas desenvolvidas nas escolas, que desencadeiam ações significativas no fazer escolar dos professores da Educação Básica.
Na abertura, que reuniu cerca de 1.300 pessoas no Teatro Univates, a vice-diretora do Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) e coordenadora do evento, Kári Forneck, salientou que a realização do congresso reafirma o compromisso da Univates com a educação no Vale do Taquari como tem ocorrido há 50 anos, desde o início das atividades do Ensino Superior na região com o curso de Letras. Kári também destacou a temática do evento. “Nossa ideia é refletir sobre a escola do futuro e do agora, porque o futuro já está batendo à nossa porta”, explicou.
Após as falas oficiais, a palestra de abertura foi conduzida pela ensaísta e pesquisadora argentina Paula Sibilia, tendo como temática “Os desafios da escola na educação contemporânea”. Inicialmente, Paula, que é autora do livro “Redes ou Paredes – a escola em tempos de dispersão”, falou sobre a invenção da escola. “A escola tal como a conhecemos é uma invenção recente e ocidental, e nós temos a tendência a naturalizar como se ela sempre estivesse por aí. Precisamos lembrar que a escola é uma tecnologia de época compatível com certos corpos da sociedade industrial. Talvez ela esteja se tornando incompatível com os corpos e subjetividades contemporâneos”, refletiu.
Para embasar a reflexão, Paula afirmou que as características da sociedade atual são a visibilidade e a conectividade. “Estamos visíveis e conectados a todo momento, em qualquer lugar. São modos de viver com as novas tecnologias e resultado de uma transformação lenta e complexa que vem ocorrendo nos últimos anos; não surgiu do nada”, relatou, acrescentando que isso acarreta uma mudança na forma como usamos o tempo e o espaço e, por isso, é necessário dar novos sentidos às paredes da escola.
Abertura
O secretário de Educação de Santa Clara do Sul e vice-presidente da Asmevat, Mauro Heinen, abordou a necessidade de uma formação mais específica para os profissionais da educação na região, explicando que as demandas da sala de aula e o dia a dia na escola motivaram a promoção do evento. “A programação vem ao encontro do que os municípios buscam para ampliar o conhecimento de seus profissionais, o que também irá agregar aos currículos dos professores e para a forma como pensamos a educação”, revelou.
A pró-reitora de Ensino, Fernanda Storck Pinheiro, salientou que a inserção do evento na programação de comemoração dos 50 anos de Ensino Superior no Vale do Taquari não foi por acaso. “O curso de Letras por ser o primeiro da região tem um conteúdo simbólico e político sobre a importância da formação de professores. Esse é um compromisso que perpassa gerações, desde as que nos antecederam até as gerações futuras”, analisou. Fernanda disse ainda que o Congresso Internacional de Educação é resultado de um trabalho cooperativo e coletivo, o que é característico do Vale do Taquari, e que a formação por áreas está alinhada com a Base Nacional Comum Curricular.
Congresso Internacional de Educação
De março a julho serão realizados cursos de educação continuada em sete áreas de conhecimento. Nos dias 26 e 27 de julho será oferecida uma programação que conta com painéis e grupos para apresentação de trabalhos. Também estão confirmadas palestras com o professor da John Perryn Primary School, de Londres, Ricardo Díaz Bernardo e o doutor Miguel Arroyo, da Universidade Federal de Minas Gerais.
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