Roda de conversa na Casa de Cultura de Lajeado debate a abolição da escravatura no Brasil

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Integrante da comunidade Camila da Silva Marques/ Crédito da foto: Pietra Darde/ Divulgação

Nesta segunda-feira (13/05), dia em que a abolição da escravatura no Brasil completou 131 anos, a Comunidade Quilombola Unidos de Lajeado e prefeitura de Lajeado promoveram uma roda de conversa sobre a abolição e seus reflexos nos dias atuais. O evento lotou a Casa de Cultura e reuniu integrantes da comunidade Quilombola, autoridades, alunos do Colégio Presidente Castelo Branco, servidores do município e comunidade.

A ação teve como objetivo ressignificar a data, promover uma discussão sobre a visão dos negros sobre o fim da escravidão no Brasil e discutir sobre a cultura do negro no Município de Lajeado.

Assim como em todas as rodas realizadas pela comunidade Quilombola, a roda iniciou com saudação aos ancestrais com música da cultura afro. Cada um com seu instrumento, crianças tocaram em homenagem ao Dia das Mães, comemorado no domingo (12/05).

A roda foi ministrada pelo mestre de capoeira Karkará, pelo coordenador do projeto guarda mirim de Pelotas, Gilberto Marques, pelo representante do Centro de Cultura Afro-brasileira Recioli dos Santos, e pela integrante da comunidade Camila da Silva Marques.

“O que aconteceu após a libertação foram diversos problemas, pois a Lei Áurea libertou os escravos mas não os tornou cidadãos”, disse Gilberto Marques. 

Por sua vez, Camila da Silva Marques explicou ao público sobre racismo institucional. “O racismo institucional é aquele que ocorre em instituições, sejam eles órgãos públicos, escolas ou em universidades. O racismo institucional é quando as instituições nos fecham as portas, e como a gente entra nelas?”, questionou.

Hoje, são mais de 120 pessoas que pertencem à comunidade de quilombolas de Lajeado. 

“Se eu tivesse a oportunidade de nascer de novo, eu nasceria negra, para mostrar que lugar de negro é onde ele quiser. Quero incentivar outros negros para se colocarem à frente e mostrar que não somos diferentes”, afirmou Camila Marques. A ação encerrou com o lanche tradicional da comunidade Quilombola. 

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