Com o objetivo de difundir a troca de conhecimentos sobre abelhas sem ferrão, a Emater/RS-Ascar, a Associação de Meliponicultores do Vale do Alto Taquari (Amevat) e a Prefeitura de Lajeado realizaram no sábado (19/10), o Seminário Regional de Meliponicultura. Em sua nona edição, o evento reuniu um público superior a 500 pessoas no Parque do Imigrante, em Lajeado, para um dia de painéis, palestras e oficinas com vistas a dividir experiências entre criadores de abelhas nativas, fundamentais para a manutenção do meio ambiente, por serem polinizadoras.
Durante o dia, palestras som temas sobre impacto dos agrotóxicos, situação regulatória da criação de abelhas no Brasil, controle de qualidade do mel e perspectivas econômicas da atividade trouxeram outro olhar para a atividade. Já as oficinas, proporcionaram o aprendizado na prática sobre produção de hidromel, receitas a base de produtos de abelhas nativas, multiplicação de enxames, confecção de iscas, alimentação das abelhas, colheita do mel, aquecimento elétrico de colmeias, plantas apícolas e características de uma boa colmeia.
“A intenção geral foi a de não apenas reunir os meliponicultores, mas divulgar as espécies, promover a troca de experiências e apresentar conteúdos técnicos e de práticas manejo”, reforçou o engenheiro agrônomo aposentado da Emater/RS-Ascar Paulo Conrad – que também representa a Amevat. Durante o evento também foi possível adquirir enxames, caixas, mudas de plantas melíferas e hidromel. Na programação do Seminário também houve exposição de colmeias, distribuição de mudas de plantas e de estacas e concurso para escolha do mel mais saboroso.
Entre os meliponicultores que estavam comercializando caixas, Selpin Albino Lamb, de Poço das Antas, estava animado por perceber que a procura por informações sobre o tema tem aumentado. “Já é o quinto Seminário que participo e ele só cresce”, celebra. Meliponicultor há 15 anos e marceneiro de profissão, ele resolveu reunir as duas paixões que, em partes, viraram um negócio. “Em partes por que eu não produzo abelhas sem ferrão para ganhar dinheiro, é muito mais um hobby que contribui com a natureza”, explica. Já as caixas são vendidas por R$ 100 a unidade. “Elas dão um pouco mais de mão-de-obra”, comenta.
Para o gerente adjunto da Emater/RS-Ascar, Carlos Lagemann, o evento celebra o importante papel das abelhas sem ferrão no meio ambiente. “E essa ação polinizadora, fundamental, muitas vezes é desconhecida pelas pessoas”, observou. Também presente no encontro, a presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) Marjorie Kauffmann deu detalhes do projeto de Incentivo à Criação, Manejo e Conservação de Meliponídeos que incentiva a conservação da biodiversidade a partir da manutenção das abelhas sem ferrão como instrumento de promoção do desenvolvimento sustentável no Estado.
Outras autoridades, como o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura de Lajeado, André Bücker, o presidente da Amevat Nelson Angnes, o presidente da Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs), Anselmo Kuhn, o deputado estadual Zé Nunes e o assistente técnico regional em Sistema de Produção Animal da Emater/RS-Ascar, João Sampaio, que destacou a meliponicultura como um mercado potencial que ainda garante a continuidade de muitas espécies vegetais. O evento teve o apoio da Empresa Morar Bem e das cooperativas Sicredi e Certel.