Facilitar e garantir o acesso a documentos do Acervo Histórico Municipal de Lajeado são os principais objetivos do projeto “Salvaguarda do Patrimônio Documental Histórico de Lajeado”, que foi contemplado pelo edital de concurso FAC Educação Patrimonial do Governo do Estado. O edital selecionou projetos de Educação Patrimonial realizados por prefeituras. Neste projeto, parte dos documentos do Arquivo Histórico serão digitalizados e disponibilizados à população em meio digital. Na tarde desta terça-feira (28/01), a equipe responsável pela execução da digitalização fez a retirada dos documentos do arquivo para iniciar o processo de digitalização.
O projeto intitulado “Salvaguarda do Patrimônio Documental Histórico de Lajeado” concorreu na categoria intermediária, com fomento de R$ 50.000,00, e foi um dos 16 selecionados pelo edital elaborado pela Secretaria de Estado da Cultura (SEDAC), por meio do Sistema Estadual Unificado de Apoio e Fomento às Atividades Culturais – Pró cultura RS, com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) e do Colegiado Setorial de Memória e Patrimônio.
O projeto que será desenvolvido prevê a digitalização e a disponibilização de parte do acervo do Arquivo Histórico de forma virtual, com o objetivo de divulgar, facilitar o acesso a documentos e informações e garantir o direito dos cidadãos, pesquisadores acadêmicos e estudantes a memória histórica regional. Além disso, busca preservar os documentos originais das ações do tempo e de atos que possam danificá-los.
Para a digitalização, foram selecionados os documentos mais acessados e que necessitam, urgentemente, de digitalização para preservar sua integridade física. Deverão ser digitalizados 158 livros de códice (manuscritos) e documentos históricos, impressos de legislação Estadual e Federal, relatórios dos intendentes e prefeitos, códigos de postura do município e Leis Orgânicas, acondicionados em 25 caixas do arquivo, documentos avulsos, o acervo da mapoteca que compreende croquis, levantamento topográfico, plantas e mapa e mais aproximadamente 252 obras.
O processo será realizado pela equipe do Centro de Memória, Documentação e Pesquisa do Museu de Ciências da Univates. De acordo com a supervisora do Centro, Patricia Schneider, cada documento será fotografado e posteriormente transformado em um arquivo de leitura PDF, para poder ser disponibilizado no site da prefeitura. Em caso de livros, o arquivo terá o mesmo formato do livro, respeitando a sequência das páginas. Patricia explica que também é preciso respeitar o código de identificação de cada documento, que deve ser o mesmo em toda documentação. “Os documentos originais precisam ser manuseados com cuidado para não causar nenhum dano, evitando-se dobrar, por exemplo. Alguns documentos têm mais de cem anos, estão frágeis, sendo necessário que sejam tratados com todo cuidado, respeitando-se seu tamanho e tipo de suporte. O uso de luvas e um ambiente limpo e climatizado são importantes para a realização do trabalho”, explicou Patricia.
Em razão da quantidade de documentação existente, não será realizada a digitalização de todo o acervo dentro do tempo máximo permitido pelo edital, que é de 9 meses. Para que o processo continue, serão realizadas ações educativas que consistem em oficinas de capacitação, que devem ser iniciadas em setembro, que serão voltadas a servidores municipais e integrantes de entidades culturais, artistas em geral, membros das associações de bairros, professores, estudantes de história e arquitetura e demais interessados. O objetivo é tornar essas pessoas agentes multiplicadores deste conhecimento nas suas comunidades.
O projeto é financiado com recursos do edital e com contrapartida do município, que investirá o valor de R$ 21.500,00.
Saiba mais sobre o Arquivo Histórico
O Arquivo Histórico Municipal foi criado pelo Decreto 4.523 de 12 de janeiro de 1995. Desde 1996, o Arquivo localiza-se junto à Biblioteca Pública Municipal. O Arquivo possui em seu acervo documentação avulsa (requerimentos, ofícios, cartas e outros), acervo iconográfico (fotos avulsas e álbuns), mapoteca (croquis, plantas e mapas), impressos (legislação e relatórios – Federal, Estadual, Municipal), biblioteca especializada (alta especialização na área da história, matemática, religião, obras em língua alemã e outras), e Códices (livros manuscritos desde 1877), que compreende o período relativo ao final do século XIX até o século XX.
O manuseio desses materiais segue o protocolo de acesso a documentos históricos, como o uso de luvas, não sendo permitida a retirada de nenhum material existente. Ou seja, pessoas interessadas devem realizar pesquisas no local. Com a ação do tempo e a manipulação, esses documentos acabam deteriorando. O acesso físico a esse material expõe, ainda, o risco de atos que fogem ao controle dos servidores, como a supressão das páginas, por exemplo.
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