Expectativa aumenta para mudanças no sistema de distanciamento

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Crédito: reprodução

Na manhã desta terça-feira (04/08), a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e as 27 associações regionais participaram de uma videoconferência com representantes do Governo do Estado para debater sobre o Distanciamento Controlado no combate ao Coronavírus. Na oportunidade, cada presidente de associações do Estado pôde manifestar seus respectivos posicionamentos diante da proposta enviada pelo governador Eduardo Leite. O comitê de crises se reunirá esta tarde para dar um retorno aos prefeitos.

O governo encaminhou uma proposta à Famurs para que as regiões, bem como solicitado por elas, tivessem maior participação e autonomia no que se refere às decisões sobre o distanciamento e as bandeiras. A partir disso, cada uma das 27 associações regionais do Estado pôde elaborar uma contraproposta com as sugestões consideradas adequadas. Cada presidente de associação teve a chance de explicar a manifestação elaborada, e elencar pontos contrários ou favoráveis à proposta do governo, mesmo com ajustes.

A proposta do Estado prevê, inicialmente, que o modelo de Distanciamento Controlado siga rodando, classificando o risco epidemiológico de cada região. A partir da classificação, as associações regionais, de maneira unânime entre os prefeitos das respectivas regiões Covid, poderiam propor alterações locais aos protocolos impostos pela bandeira vermelha, por exemplo, com regras mais brandas, mas que sejam, no mínimo, mais rigorosas que a bandeira laranja. Caso prefiram, podem seguir os protocolos já estabelecidos pelo modelo.

Conforme dados apresentados pelo secretário de Articulação e Apoio aos Municípios, Agostinho Meireles, das 27 regiões do estado, 26 deram retorno a respeito da proposta estadual. Inicialmente, 16 delas mostravam-se favoráveis à proposta, mas com ressalvas. Outras seis associações mostraram-se contrárias e quatro tinham outras respostas. Algumas entidades mudaram de posicionamento desde então.

O governador participou da parte inicial da reunião. Segundo ele, o modelo de distanciamento controlado poderá ser ajustado, de acordo com as necessidades regionais. Nesta semana, o Gabinete de Crise discutirá a possibilidade de alterar protocolos de bandeira vermelha para permitir, de forma reduzida, o funcionamento de atividades comerciais, caso a expectativa de estabilização dos indicadores se confirme para o mês de agosto. Leite também destacou que está em análise a possibilidade de o comércio poder abrir nesta semana nas regiões com bandeira vermelha, de quarta-feira a sábado, em horário reduzido, das 10h às 16h.

O presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Emanuel Hassen de Jesus “Maneco”, defendeu uma unidade entre Estado e municípios, para que haja um engajamento da população no cumprimento das restrições. “A pressão está muito forte. Há um tensionamento muito grande nas regiões pela dificuldade de manter o controle da situação. A população não vai se engajar se não estivermos unidos”, coloca o prefeito. Ele destacou duas principais preocupações: a situação do comércio diante da bandeira vermelha e regras referentes a municípios ainda sem casos.

Vale do Taquari

A Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) realizou assembleia geral e formalizou sua proposta na terça-feira (28/07). Os prefeitos concordaram que o Governo do Estado continue fazendo o cálculo para a classificação das bandeiras. Porém, pedem que as regiões possam adotar suas deliberações.

Conforme o presidente da Amvat e prefeito de Imigrante, Celso Kaplan, a sugestão é que seja mantida a bandeira laranja em todo do Rio Grande do Sul, e que as bandeiras vermelha ou preta sejam referência para as regiões adotarem seus próprios protocolos mais rígidos. Além disso, houve a solicitação para que o Governo adote o tratamento precoce (hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina, zinco, vitamina D) como política de Estado e dos municípios e que as forças de segurança auxiliam no cumprimento dos decretos de distanciamento em vias e locais públicos.

Kaplan mostrou-se favorável à proposta, contanto que as mudanças sejam uma decisão da maioria dos prefeitos de cada região, e não unânime. “As nossas propostas estão bem claras que notamos que todos estão a favor de que tenha sim a possibilidade da co-gestão, e quem não quiser, fique com a do Estado”, destaca. “O que nós defendemos é que tenha uniformidade da bandeira laranja no Estado. O que gostaríamos que fosse levado ao governador é uma posição ainda hoje, porque a situação está muito crítica”, acrescenta o presidente da Amvat. “Não temos nada contra o governo, queremos ajudar, mas precisamos ouvir a população. Ela está exausta e nós também”, complementa.

Sobre o comércio, conforme Kaplan, o trabalho feito no Vale do Taquari é um grande exemplo. “São os que mais cuidam das pessoas que entram. Os restaurantes estão cuidando, é assim que temos que trabalhar”, sugere. “Temos que ter o comércio amanhã ou hoje já, continuando a trabalhar. Está todo mundo tenso, todo mundo com pressão, e isso não presta”, desenvolve.

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