Nem o dia frio e cinzento demoveu os cavalarianos da missão de trazer a Chama Crioula até o Palácio Piratini na manhã desta segunda-feira (14/9). Acesa no município de Guaíba, a centelha, pela primeira vez, percorreu o mesmo trajeto feito pelos Farroupilhas em 1835, atravessando o rio para chegar à capital. O ato de acendimento ocorre desde 1947 e espalha a chama pelas 30 regiões tradicionalistas do Rio Grande do Sul. Até o dia 20 de setembro, o Palácio Piratini será a morada deste símbolo do tradicionalismo gaúcho.
Os cavalarianos trouxeram no catamarã a centelha acesa no Sítio Histórico, em Guaíba, até a capital. Em Porto Alegre, a chama foi recebida pelo governador Eduardo Leite, pelo vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, pela secretária adjunta da Cultura, Gabriella Meindrad, pela patrona dos Festejos Farroupilhas, Alessandra Carvalho da Mota, pela presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho, Gilda Galeazzi, e pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ernani Polo.
É a primeira vez que Leite recebe a Chama Crioula no Palácio Piratini. No ano passado, as honras foram feitas pelo vice-governador Ranolfo Vieira Júnior. Ao se acender o candeeiro, ficam oficialmente abertos os festejos da Semana Farroupilha no Estado.
“Rememorar essa história de lutas do nosso passado e dos nossos antepassados é importante neste momento em que precisamos de resistência e de resiliência diante de um novo tipo de adversário, o coronavírus. Dizem que estamos vivendo uma guerra invisível, e se enfrentamos uma guerra, temos o privilégio, no nosso Estado, de, ao olhar para o passado, relembrar a epopeia farroupilha como uma grande guerra que nossos antepassados travaram pelos seus ideais e valores, e que nesse momento nos inspiram”, exaltou o governador.
Ao final dos pronunciamentos, os músicos Renato Borghetti e Marcelo Cachoeira executaram o Hino do Rio Grande do Sul. Neste ano, o tema dos Festejos Farroupilhas homenageará e observará a amplitude que a cultura gaúcha alcança por meio do cultivo das tradições. “Gaúchos sem fronteiras” pretende retratar a história de homens e mulheres que, além das fronteiras do Estado, continuam a vergar sua pilcha, tomar seu chimarrão e participar de manifestações culturais, seja por meio da música, da literatura ou apreciando churrasco.
Em razão da pandemia e obedecendo aos protocolos de distanciamento social, a programação será on-line. A proposta é que estudantes e a comunidade gaúcha possam captar imagens das suas cidades por meio de vídeos gravados com celular e que serão divulgados nas redes sociais da Secretaria da Cultura (Sedac). Ainda que sem os piquetes, a programação prevista será intensa.