Polícia Federal desarticula grupo que “derramava” cédulas falsas

Investigação aponta para a participação do líder da organização em cerca de 40 grupos de aplicativos de mensagem dedicados a golpes e fraudes diversas. Ele foi preso em Imbé

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Líder do grupo foi preso em Imbé na manhã desta quinta-feira // Crédito: Polícia Federal / Divulgação

A Polícia Federal deflagra a Operação Sólon na manhã desta quinta-feira (21/10). O objetivo é desarticular organização criminosa responsável pelo derramamento de cédulas falsas na Região Metropolitana de Porto Alegre. Quatro pessoas foram presas a partir de mandados de prisão e outras duas foram presas em flagrante por posse irregular de arma de fogo.

Na ação, 50 policiais federais cumprem 4 mandados de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão nas cidades Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha e Imbé. O líder do grupo foi preso em Imbé, no Litoral Norte.

Mandados expedidos por município:

Porto Alegre: 1 Mandado de Busca
Canoas: 2 Mandados de Prisão Preventiva e 4 Mandados de Busca e Apreensão
Cachoeirinha: 1 Mandados de Prisão Preventiva e 4 Mandados de Busca e Apreensão
Imbé: 1 Mandado de Prisão Preventiva e 1 Mandado de Busca e Apreensão

Como funcionava o esquema

A investigação teve início em maio e identificou que o grupo criminoso utilizava um site de anúncios de produtos usados para repassar notas falsas de real através da aquisição de televisores, videogames e smartphones.

Um casal, identificado como responsável pelo gerenciamento da atividade criminosa, realizava a compra de moeda falsa, a filtragem de anúncios no site e mantinha contato com as vítimas pelo chat e, posteriormente, por aplicativo de mensagem utilizando perfil falso.

Feita a negociação e combinada a retirada do objeto, o casal mantinha contato com comparsas, homens que se faziam passar por motoristas de aplicativo de transporte, e mulheres, que eram responsáveis por efetuar o pagamento com notas de 100 reais falsas, pertencentes a um mesmo lote de falsificação.

A investigação aponta, ainda, para a participação do líder da organização em cerca de 40 grupos de aplicativos de mensagens destinados exclusivamente à prática de golpes variados, como geração de boletos falsos, falsificação de diplomas de instituições de ensino, compra e venda de cartões clonados e negociação de dados de terceiros para práticas de fraudes diversas. O investigado tem antecedentes por crimes de moeda falsa, roubo e receptação.

100 ocorrências similares

Em 2021, a Superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Sul tem registradas cerca de 100 ocorrências similares, que indicam que o grupo criminoso investigado na Operação Sólon tenha colocado em circulação mais de R$ 150 mil em notas falsas. Conforme estatísticas da Polícia Federal, foram apreendidos, desde 2020, aproximadamente R$ 500 mil em cédulas falsas de R$ 100,00 na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Origem do nome da operação: Sólon

O nome da operação é uma referência ao estadista e legislador grego Sólon (Atenas, 638 a.C. – 558 a.C.). Sólon foi o idealizador da “teoria da desvalorização”, que desvinculou o valor da moeda da sua composição pura em ouro ou prata. Com isso, criou “moedas falsas”, misturando metais mais baratos em sua composição e atrelando o lastro do dinheiro à confiabilidade no governo, responsável pela sua emissão.

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