Aprendizado, troca de experiências e bom humor marcam último dia do 2° Congresso Internacional de Educação

Evento realizado no Colégio Teutônia contou com mais de 600 inscritos

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Palestra “O ofício do professor”, com Jorge Maria Larrosa Bondian, teve transmissão online ao vivo direto de Barcelona, na Espanha / Crédito da foto: Leandro Augusto Hamester e Divulgação Colégio Teutônia / Divulgação

“Você não escolhe quem ensina, mas como ensina. Você se tornou professor para transformar a vida dos seus alunos.” Com essa frase Diogo Almeida encerrou o 2° Congresso Internacional de Educação. Com muito bom humor, ele trouxe uma narrativa do dia a dia dos professores no show de stand up comedy “Vida do professor”, que fechou a programação. Realização do Colégio Teutônia, com a correalização da Secretaria Municipal de Educação, o evento abordou o tema “Cuidando de quem cuida: humanização e aprendizagem”, na quarta-feira (16/2) e quinta-feira (17/2).

Diogo Almeida encerrou a programação com muito bom humor no show
de stand up comedy “Vida do professor” / Crédito da foto: Leandro
Augusto Hamester e Divulgação Colégio Teutônia / Divulgação

O Congresso contou com mais de 600 inscritos, seguindo os protocolos aprovados pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) de Teutônia. Realizado de maneira híbrida, os encontros presenciais ocorreram no Auditório Central do CT, além de transmissão online.

“O ofício do professor”

No período da manhã desta quinta-feira (17/2), ocorreu a palestra “O ofício do professor” ministrada por Jorge Maria Larrosa Bondian, com a mediação de Cláudia Inês Horn. Com transmissão online ao vivo direto de Barcelona, na Espanha, ele falou das atribuições do professor e valorizou a palavra amor. “O professor cuida do mundo, cuida das palavras e das imagens, da leitura e da escrita, cuida do coração das crianças, da sua capacidade de amar, mas não pode perder o seu próprio coração, o seu próprio amor ao mundo. O professor cuida da escola, para que ela continue sendo escola, sendo feita a cada dia, mais uma vez”, disse.

O palestrante frisou que a escola deve ser um lugar onde as crianças possam se encontrar com o mundo “pela mediação das palavras claras e das lâminas finas dos professores”. Feliz em ver o ambiente repleto de educadores, Larrosa agradeceu a oportunidade e foi enfático: “a palavra amor é muito complicada de pronunciar, sobretudo hoje em dia. É difícil separar o amor de uma relação emocional, mas o amor é a coisa mais importante que há”.

A programação da manhã ainda contou com momento cultural e mesa-redonda “Paulo Freire e a sala de aula – Desafios para a prática docente”, com Luís Fernando Santos Corrêa da Silva, Evaldo Luís Pauly e Manfredo Carlos Wachs.

“Cuidando de quem cuida”

O ponto alto da tarde esteve por conta da palestra “Cuidando de quem cuida”, com Rossandro Klinjey. “Cuidar do educador é uma tarefa essencial da escola e da família. A pandemia explicitou a dor do educador, que possui muitos empregos, realiza muitas tarefas, mas que precisa se ver e se perguntar se está cuidando de si. Muitas vezes os professores são os líderes, e por estarem nessa posição, acabam tendo dificuldades em dizer que precisam de ajuda. As vezes há o sentimento de que o professor não pode cair, mas o ser humano é vulnerável, e isso foi explicitado pelo vírus”, alertou.

O palestrante lembrou as exigências às quais os educadores foram submetidos em tempos de pandemia, mas que souberam responder à altura. “Tudo isso teve um alto custo emocional, e é importante que recebam cuidado. Houve uma adaptação tecnológica profunda pela qual todos precisaram passar, e o fato de entregar conteúdo sem o aluno por perto é muito diferente, gerou sofrimento, mas ao mesmo tempo muita gente entendeu a importância do educador. Agora está mais claro que o professor não é um mero repassador de conteúdo, e que educação é também um relacionamento por meio do qual também se faz o saber. Do contrário, o Youtube teria acabado com nosso emprego. Ficou claro que a tecnologia é importante, mas jamais vai substituir as relações humanas que uma sala de aula provoca”, defendeu.

Ponto alto da tarde esteve por conta da palestra “Cuidando de quem
cuida”, com Rossandro Klinjey / Crédito da foto: Leandro Augusto
Hamester e Divulgação Colégio Teutônia / Divulgação

Por fim, Klinjey valorizou três atitudes no cuidado dos professores com eles mesmos: faça uma curadoria emocional do que é importante para a sua vida, se afaste de pessoas tóxicas e olhe para você como uma prioridade. “Você é pai, mãe, professor, mas é também um ser humano, e se não tiver isso como foco, essa pessoa vai à ruína por não cuidar do que é essencial, que é você mesmo. Autoamor não é egoísmo”, encerrou.

A programação da tarde também contou com momento cultural; painel “A sala de aula e o ensino na perspectiva de Gert Biesta”, com Angélica Vier Munhoz, Morgana Domênica Hattge e Tiago Weizenmann; e a palestra/dinâmica “Desenvolvendo Atenção Plena – Mindfulness”, com Aline Horst, Daniel Grahl e Nadine Sulzbach.

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