Terceira Idade de Estrela recebe oficinas de teatro e dança do IEACen-RS

Estrela foi uma das seis cidades do interior escolhidas para receber o projeto

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Rodas de conversa com os participantes foram realizadas / Crédito: Inês Hübner / IEACen / Divulgação/

O município de Estrela foi uma das seis cidades do interior contempladas pelo projeto “Artes Cênicas: 60 anos ou + de idade”, proposto pela Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) por meio do Instituto Estadual de Artes Cênicas (IEACen-RS). Inicialmente a proposta foi desenvolvida somente em Porto Alegre, mas em sua segunda edição, começa a circular pelo Estado.

Os outros municípios foram Caxias do Sul, Capão da Canoa, Caçapava do Sul e Novo Hamburgo. O encontro em Estrela, com apoio da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Setcel), ocorreu na terça-feira (30/8).

Com vagas limitadas, a ação movimentou 30 pessoas com 60 anos ou mais, a sua maioria ligadas ao Grupo de Apoio e Convivência do Idoso Estrelense (Gracie). Os participantes avaliaram positivamente a proposta e pedem que se repita.

De acordo com a organização, a iniciativa tem uma relevância estratégica pois o processo de envelhecimento cria uma situação especial na vida humana. Para tal, as atividades constituem um caminho concreto para a promoção da qualidade de vida da população-alvo. Neste sentido, a proposta do IEACen-RS, um equipamento cultural da Sedac-RS, é promover a ação de valorização do envelhecimento ativo, saudável, cidadão e sustentável no Rio Grande do Sul.

A curadora e produtora do projeto, Inês Hübner, revela que projeto tem emocionado a equipe e comprova o anseio deste público por atividades vinculadas às artes e ao encontro dos seus. “Está sendo uma experiência extraordinária para pessoas com corpos muito abertos para a dança e o teatro, cheios de alegria pelo encontro e na expectativa pela continuidade de iniciativas como esta”, relata.

Paula Finn, ministrante de dança do projeto, explica como isso ocorre. “Estamos levando para cidades do interior este momento de encontro para as pessoas de mais idade, e Estrela foi uma das beneficiadas com a proposta em que oferecemos oficinas de dança e teatro, o que sempre se mostra uma experiência muito legal, produtiva”, diz.

Gabriela Vier Munhoz, diretora do Instituto de Artes Cênicas do RS e diretora do Teatro Arena, esteve presente ao evento. “Sou quase uma estrelense. Meus avós são daqui, alguns familiares moram aqui, então parte da minha infância tive muito contato com Estrela. Chego aqui cheia de boas lembranças e feliz por poder proporcionar este projeto que é um instrumento da Sedac-RS através do qual buscamos atingir o público-alvo de uma maneira especial”, detalha. Kaya Rodrigues foi outra ministrante de teatro.

“Dança: reafirmação da vida”
Para Paula Finn, a dança vem muito a colaborar com o dia a dia das pessoas. “Poder oferecer e ensinar, por exemplo, uma modalidade de dança contemporânea, que não é um ritmo ou dança folclórica ou mais tradicional e conhecida, e sim atual, moderna, até então pouco comum às pessoas das comunidades do interior, principalmente as de mais idade, é muito produtivo e divertido, ainda mais quando feito de maneira prática e direta”, explica.

Ela é formada e conta mais de 20 anos de experiência em dança contemporânea. “A dança anda lado a lado com a vida. Costumo dizer que se estou viva eu danço, e se danço estou viva, ou seja, a dança é uma reafirmação para a significância do viver”, incentiva.  

“Troca de energias”
De acordo com Gabriela Munhoz, o teatro completa a música no objetivo da proposta do IEACen. “Contamos aqui com um salão cheio de pessoas de mais idade, mas animadas e cheias de expectativas em poder mexer o corpo, se movimentar, expressar, trocar energias, que é o nosso maior objetivo”, explica.

“Nós que trabalhamos com arte e cultura acreditamos que o que a pandemia evidenciou é que necessitamos muito nos relacionarmos, divertimos, dialogarmos, termos experiências sensíveis, o que muito a arte proporciona, e neste caso há uma demanda ainda maior para com as pessoas da Terceira Idade, que durante a pandemia e com os novos meios de socialização ficaram e estão ainda mais reclusas. E essas trocas são uma grande fonte de riqueza de nossas vidas”, pontua.

Novos ramos
Haideé de Oliveira Zacca, 80 anos, foi uma das participantes das oficinas. Moradora do Centro e participante do Gracie, era uma das mais entusiasmadas antes do início das atividades. Ficou ainda mais após o fim da atividade. “Adorei. Foi tudo muito bom. Isso é uma terapia. Espero que tenha mais vezes”, afirma.

“Aprendi coisas novas. Mesmo com 80 anos, sendo 42 deles como alfabetizadora, digo que sempre temos o que aprender, nunca é tarde demais. Foi assim hoje, quando dei água para mais uns novos ramos de minha árvore”, frisa.

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