A Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Agronegócio (Cacis) de Estrela realizou nesta sexta-feira (7/10) mais uma edição da reunião-almoço. O convidado para palestrar foi o psicólogo clínico e do trabalho, Cristiano Dal Forno, que abordou o tema “O desafio de produzir engajamento ao trabalho: reconhecimento e criatividade do fator humano”.
O evento foi realizado no Estrela Palace Hotel e reuniu mais de 120 associados da Cacis, autoridades e comunidade regional. Na oportunidade, os presentes foram convidados a refletirem sobre o “ser eu” e de como as influências externas e as vivências de vida de cada pessoa podem impactar no dia a dia das empresas.
O presidente da Cacis, Gerson Strehl, destacou a importância dos associados e da comunidade regional estarem atentos aos temas abordados nas reuniões-almoço. “A Cacis sempre procura trazer assuntos que vão ao encontro da classe empresarial da nossa região. E o assunto de hoje vem ao encontro da necessidade de muitas empresas”, fala.
O vice-prefeito, João Carlos Schäfer, ressaltou ações do governo que visam facilitar a intermediação entre empresas e aqueles que procuram emprego, identificando também as principais áreas de carência em qualificação de mão de obra. “Se pensarmos na questão de produzir engajamento, o desafio é muito grande. Afinal, uma equipe que está em sintonia sempre terá maior engajamento”, pontua.
Dal Forno trouxe os inúmeros desafios que permeiam o engajamento dos trabalhadores nas empresas. Além de psicólogo clínico e do trabalho, mestre e doutor em Psicologia, ele também é professor adjunto e membro da Comissão Coordenadora do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
O profissional lembrou que não existe trabalho sem pessoas. “Nós somos instrumentos do nosso trabalho. Nós levamos ao trabalho o que somos, as nossas histórias, e nos encontramos com outras pessoas, que pensam diferente, que sentem diferente, mas que é nosso colega”, aponta.
Diante disso, Dal Forno lembrou que essas influências externas e as próprias vivências do trabalhador vão impactar no trabalho. “O trabalho ocorre num hiato, ou seja, num vão, numa lacuna entre o que está prescrito para uma atividade e aquilo que o trabalhador é levado a fazer mediante a realidade em que ele se encontra. Por isso não existe trabalho sem sujeito”, afirma.
O psicólogo colocou que não existe receita mágica para produzir engajamento no ambiente de trabalho, pois são vários os fatores que vão impactar nisso. “Ser engajado passa inicialmente por acreditar que eu posso encarar o ‘fogo’, ou seja, os desafios, aquilo que ainda não conheço em sua especificidade, mas para o qual me preparei. E isso é possível porque eu me autorizo a encarar e porque tenho recursos internos que vão dar o suporte necessário. Só vou adiante porque sei que tenho colegas que vão me segurar em uma eventual queda”, ressalta.
E o palestrante foi além em sua colocação. “Engajamento passa em ver o colega como colega e não como concorrente. Temos que criar ambientes de trabalho seguros, em que as pessoas possam cooperar, se sentir mobilizadas, se sentir autorizadas a mostrar aquilo que são e sentem, seguras em ter voz”, salienta.
Dal Forno ainda colocou que o engajamento passa pelo reconhecimento, que não é somente financeiro. “O reconhecimento simbólico tem um peso imensurável. O reconhecimento simbólico tem a ver os chefes e os próprios clientes reconhecerem aquilo que você fez, de dizer que aquele trabalho bem feito é a tua cara e só por isso que deu certo. As pessoas que trabalham conosco pensam, sentem. Se tivermos respeito e reconhecimento pelas pessoas, elas podem oferecer soluções inteligentes e se engajarem”, reitera.
Antes da palestra, a presidente da Empresa de Logística Estrela (E-Log), Elaine Gorgen Strehl, fez o convite para o 1º Congresso de Logística dos Vales, que ocorre na terça-feira (11/10) no Porto de Estrela. O objetivo do evento é discutir melhorias e inovações no setor de transportes.
