Aslivata passará por eleição em 2023

Atual presidente manifesta desejo de concluir ciclo. Vice-presidente avalia candidatura. Três ex-presidentes estão no radar de um movimento de reformulação

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Crédito: Carla Beckmann / Arquivo FP

Fim de ano é tempo de avaliar o ano e planejar o próximo. O futebol amador do Vale do Taquari merece uma profunda reflexão, especialmente após alguns episódios registrados em 2022. De seis competições organizadas pela Aslivata, duas foram parar no tribunal desportivo: Taça da Amizade no primeiro semestre e a Série A do Regional no segundo. Fatos colocaram em xeque a reputação e a credibilidade da entidade fundada em 1985 para unificar regulamentos e competições.

O atual presidente da Aslivata, Volnei Kochhann, manifestou, em diferentes ocasiões, a intenção de deixar o cargo ao fim do atual mandato – ele preside a entidade desde o início de 2015 e concluirá em 2023. O edital de convocação da assembleia geral ordinária para prestação de contas e eleição da nova diretoria deverá ser publicado nos próximos dias. “[A assembleia] será no fim de janeiro ou início de fevereiro. Depende do contador para fazer a prestação de contas”, informou.

O atual vice-presidente é João Jung, de Marques de Souza. Está cotado para suceder Kochhann, mas algumas situações de âmbito pessoal e os acontecimentos de 2022 levam Jung a refletir sobre a manutenção de sua candidatura. “Sobre o futuro da Aslivata, já nem sei mais se vale a pena eu pegar. A cobrança é muito grande. A Aslivata exige muito do cara”, avalia.

João Jung também reconhece haver um sentimento de mudança e de renovação. “Tem muita gente contra, além de querem uma renovação. Uma pena que tenha chegado ao ponto que chegou. Uma pena, pois vai ter que ser feito todo um trabalho de reconstrução”, afirma.

Uma completa transformação será capaz de resgatar a imagem da Aslivata perante ligas, clubes, patrocinadores, imprensa e torcedores? Há esperança que sim! O retorno de lideranças é uma das saídas ou apostas de quem têm apreço pela Aslivata como “guarda-chuva do futebol amador regional”. A indicação de novos nomes para compor a diretoria também surge com força.

Quem já fez

Três ex-presidentes são sondados a voltar para resgatar o protagonismo e a relevância da entidade. Gilberto Antônio Frigo “Beti”, Moacir José Mantovani e Vianei Batista Hammes.

Frigo colocou seu nome à disposição para retornar, inclusive para presidente se assim houver o entendimento. Acima de tudo, demonstra espírito de cooperar pela reconstrução da Aslivata. “Estou pronto para construir algo junto”, revelou.

Moacir Mantovani está pronto para ajudar. “Estou sempre disposto a colaborar. Sempre procurei dar o meu melhor, sei o quanto é difícil. Não na linha de frente, mas estou aí para colaborar; só me chamar. Lutei muito por esta entidade e valorizei patrocinadores. Tudo que a gente fez jogaram para o alto”, disse. Ele fez duras críticas após os acontecimentos do ano. “É como numa empresa: se não tiver pulso e controle da situação, obviamente vai para o brejo. É o que senti, uma pena”, completa.

Mantovani exemplificou o prestígio da entidade regional em nível estadual. “No nosso tempo, a Aslivata era muito valorizada, tinha trânsito livre na Federação Gaúcha de Futebol e eles tinham um respeito muito grande pela Aslivata. Isso caiu por terra muito rápido, porque houve negligência”, completa. Mantovani voltou a assistir jogos no campeonato de 2022 após vários anos sem comparecer aos campos. Pessoalmente, encontrei-o no jogo São Rafael x Brasil, em Cruzeiro do Sul, nas quartas de final.

A reportagem tentou contato com o ex-presidente Vianei Hammes, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. O nome dele também está em evidência no bastidor esportivo regional.

Repaginada total

Quem também está imbuído de um espírito de mudança ou de “repaginada total” é o presidente da Liga Arroio-meense de Futebol Amador (LAFA), Marciano Lindemann “Jaca”. “Tenho o maior respeito às pessoas que estão na Aslivata e têm história no futebol, mas tenho a impressão e o sentimento de que é hora de nos unirmos, independente da pessoa que vá assumir. As pessoas que estão lá fizeram o melhor, mas precisamos entender que é momento de mudar as ideias, botar gente nova, botar uma energia diferente e uma união de forças”, explana.

Lindemann vislumbra a necessidade de pessoas de diferentes pontos e cidades do Vale para figurarem na diretoria. “A Aslivata necessita de um diretor-executivo, que consiga ser remunerado para ir nas comunidades, nos municípios, nas ligas. Estou muito preocupado se isso vai acontecer ou não”, aponta.

Inclusive, a LAFA já sinaliza fichário e regulamento próprios para o Campeonato Municipal de 2023, porque há indefinições na Aslivata. Lindemann assegura que se houver a continuidade do atual grupo, “a LAFA vai se retirar, não continuará filiada à Aslivata e vai seguir por caminhos próprios. Não é o que queríamos, mas chegou o momento de a gente se posicionar. Queremos ver mudanças. Tenho ideias boas, tenho apoio local, mas não quero em forma de briga. Penso em forma de união, que as pessoas venham para somar e termos uma competição em 2023. Acima de tudo, termos organização, transparência, regulamentos e ideias”, sinaliza.

Somar forças com nomes conceituados e experientes também figura no olhar de Lindemann. Outros ex-presidentes de ligas e dirigentes de clubes também procuraram a reportagem e manifestaram desejo de transformação profunda na Aslivata, mesmo que seja via retorno de líderes.

Saiba mais

A Aslivata foi fundada em 18 de janeiro de 1985 por iniciativa das seguintes entidades: Liga Lajeadense de Futebol Amador (LILAFA), Liga Cruzeirense de Futebol Amador (LICRUFA), Associação Esportiva de Venâncio Aires (ASSOEVA), Liga Teutoniense de Futebol Amador (LTFA), Liga Estrelense de Futebol Amador (LEFA), Liga Encantadense de Futebol Amador (LENFA) e Liga Arroio-meense de Futebol Amador (LAFA). Atualmente, pelo site da entidade, são 12 ligas municipais conectadas.

Também conforme exposto no site, o objetivo da Aslivata é congregar as Ligas Municipais de Futebol Amador para, sob sua orientação, dirigir e promover eventos, organizar e controlar o fichário dos atletas das ligas filiadas, mantendo-o atualizado, além de resguardar os interesses de seus associados.

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