Reestruturação da Cooperativa Languiru prevê economia de R$ 46 milhões mensais em 2023

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Promessa é de inverter ganhos atuais dos setores de carnes e grãos / Crédito: Leandro Augusto Hamester / Divulgação

Em reunião-almoço realizada na quarta-feira (21/12), em Teutônia, para cerca de 500 pessoas do quadro social da Cooperativa Languiru, o presidente Dirceu Bayer detalhou o programa de reestruturação da empresa e projetou resultados para os próximos meses. Dentre eles, ações já executadas e outras planejadas para enfrentar as dificuldades econômicas, especialmente no segmento da proteína animal.

Já na manhã desta sexta-feira (23/12), em entrevista à Rádio Popular FM, Bayer apresentou pontos discutidos e esclareceu informações sobre a proposta. Segundo o presidente, a cooperativa vinha no seu melhor resultado histórico até 2020 com crescimento de 20% no seu faturamento.

Em 2021 e neste ano, houve prejuízo. “Até 2020 a saca de milho estava em torno de R$ 50,00; hoje, está próxima a R$ 100. Cada quilo de suíno nos gera prejuízo de R$ 2,50 a R$ 3, e com 6 mil toneladas de alimentos por mês esse valor chega a R$ 15 milhões”, pontua.

Conforme Bayer, a ênfase nos grãos e na carne bovina visa reduzir o atual impacto negativo. “A suinocultura é o nosso maior problema hoje. Por isso, estamos reduzindo o peso do suíno de 150kg para 130kg e a ideia é chegarmos a 110kg por dia. Assim, há economia no consumo de milho e farelo de soja e não se reduz a quantidade de suínos abatidos”, sinaliza.

O dirigente se mostrou otimista no enfrentamento da maior crise da história no segmento de carnes, relatando os investimentos ao longo de 2022 na ampliação do mix de produtos de valor agregado, o que possibilita que a cooperativa acesse novos mercados internacionais. “Ao mesmo tempo, o investimento na área portuária de Estrela é um grande passo para o ingresso da Languiru no segmento de grãos, que tem tido excelentes resultados nos últimos anos”, comenta.

Segundo Bayer, a cooperativa está invertendo os números dos setores, que antes era liderado pelas carnes. “Não tínhamos nem um mês de armazenamento do que consumíamos, e o restante comprávamos de fora. Com o Porto, temos estrutura para isso e queremos nos igualar às cooperativas do Paraná, cujo setor de grãos representa 70% do faturamento”, completa.

Com a estruturação, o presidente estimou que os resultados devem começar a surgir já no início de 2023, mencionando ajustes internos no quadro funcional e na integração de aves e suínos. “Somos os primeiros a tomar essas medidas e seremos os primeiros a colher os resultados, que mostram economia de R$ 46 milhões mensais. Temos aprovação quase total dos associados para realizar estas mudanças”, completa.

Em relação às demissões, Bayer mencionou que segue a rotatividade normal da indústria. “O que ocorre é que as pessoas que saem não estarão sendo substituídas nos próximos dois a três meses, e se for necessário, por mais tempo”, conclui.

Dirceu Bayer / Crédito: Lucas Leandro Brune
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