Estrela decreta situação de emergência pela estiagem

Relatório revela mais de R$ 27 milhões em prejuízos

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Decreto foi assinado nesta quarta-feira (22/2) / Crédito: Jônatas dos Santos / Governo de Estrela / Divulgação

Mais um município do Vale decretou situação de emergência. O Governo de Estrela estabeleceu nesta quarta-feira (22/2) o período de 180 dias de decreto. A decisão aconteceu em reunião no gabinete do prefeito Elmar Schneider, na presença do comitê responsável por monitorar a situação no município. A equipe é formada por membros da gestão municipal, da Emater/RS-Ascar e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Estrela. Segundo relatórios, os prejuízos por conta da estiagem ultrapassam a marca dos R$ 27 milhões no município.

Conforme o engenheiro agrônomo Álvaro Figueira Trierweiler, da Emater/RS-Ascar, as perdas sociais e econômicas causadas pela falta de chuvas, ou chuvas irregulares no período do verão, têm afetado de forma consistente as propriedades rurais. “Muitas delas terão colheita parcial muito menor do que a projetada, ou não terão”, afirma.

Trierweiler apresentou um relatório de danos ao prefeito estimado em R$ 27,6 milhões, contabilizando perdas na soja, milho, silagem e pastagens. Também segundo o relatório, os agricultores da cidade contrataram, em instituições financeiras, financiamentos na ordem de R$ 13,3 milhões para investir no custeio das propriedades.

Parte deste recurso poderá ser recuperado. Conforme Schneider, o decreto visa amenizar em parte as perdas dos agricultores, sendo peça fundamental na obtenção de recursos e programas do Estado e União. “Já passou da hora de termos políticas públicas permanentes de proteção, seguridade e, em especial, defesa daqueles que produzem nossos alimentos”, enfatiza.

Em 2022, os produtores dos municípios com decreto de emergência homologado obtiveram o rebate de até 35% nos empréstimos contraídos no período. Para este ano já está anunciada a anistia no Troca-Troca.

Os dados apresentados pela Emater/RS-Ascar foram corroborados pela Defesa Civil e Secretaria de Agricultura, que também têm acompanhado de perto as propriedades. O secretário de Administração e Segurança Pública, César Augusto Pereira da Silva, lembra o episódio na última semana em que foi necessário o transporte de água potável por parte da prefeitura para subsistência de uma família da zona rural.

Já o secretário de Agricultura, Douglas Sulzbach, lembra que mesmo antes da assinatura do decreto o município vinha agindo com obras de infraestrutura para garantir melhor qualidade hídrica nas propriedades, como a abertura de reservatórios de água e proteção de nascentes.

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