O Governo de Estrela, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, oportuniza o programa “Produtores de Água”. A proposta vem ao encontro de outras ações visando minimizar os impactos da estiagem. O programa busca auxiliar moradores e agricultores a obterem um melhor aproveitamento da água da chuva e das fontes naturais, através da captação e armazenagem, bem como a manutenção da qualidade dos mananciais.
São diversas linhas de ação e estratégias apontadas pelo programa. Segundo o engenheiro agrícola da Prefeitura, Arly Volken, é preciso avaliar diversos itens. “Depende muito das necessidades da propriedade, das condições do terreno e das atividades desenvolvidas”, pontua.
De acordo com profissional, o programa “Produtores de Água” enfatiza a proteção das fontes para o melhor aproveitamento do recurso na propriedade, além de incentivar diferentes formas de captar e armazenar a água da chuva, através da implantação de microaçudes, pequenas barragens e cisternas.
Na última semana, o secretário de Agricultura, Douglas Sulzbach, acompanhou de perto os trabalhos e os reflexos das ações do programa em três diferentes propriedades, com distintas formas de auxílio.
Vertente
As irmãs Elaine Steffens Mallmann e Salete Steffens, receberam orientações e passaram a fazer melhor uso de uma vertente natural que brota em sua propriedade, em Arroio do Ouro. A mesma foi protegida e a água conduzida para um reservatório de mil litros, sendo utilizada na dessedentação dos animais, contribuindo para a manutenção da renda através da produção de leite.
“Mesmo agora com o calor e a seca, a água segue brotando aqui. Pouco, mas segue”, diz Elaine, apontando para o local onde foram feitos os manejos. “Só que antes ela ia direto para o terreno, sendo perdida. Em outras épocas, formava um banhado aqui, que só servia para dar cheiro e atrair mosquitos”, comenta.
A irmã Salete contribui com a observação sobre os benefícios. “Agora os animais vão direto para o reservatório da água dessa vertente. E eles preferem essa água do que a do antigo local onde bebiam, que era tratada e paga”, pontua.
“Com um pequeno investimento em alvenaria, conseguimos preservar o local dessa fonte, cuja água poderia vir a se perder com a deterioração do terreno, além de evitar a aproximação direta dos animais”, destaca o engenheiro Wolken. Elaine comemora outra recompensa monetária, além de estar gastando menos com a conta de água mensal. “Agora também receberemos mais pelo litro de leite produzido”, explica, ao citar a recompensa paga pela cooperativa que premia a sustentabilidade.
Água da chuva
Na Linha Lenz, a propriedade dos irmãos Jorge e Joel Schwingel foi orientada quanto à água da chuva. Os produtores de leite e de silagem sempre visaram a sustentabilidade, possuindo mais de 150 placas solares e fazendo uso de cisternas para captar a água da chuva.
Depois da visita técnica, ampliarão a captação de água e farão uso dela não somente para matar a sede dos mais de cem animais, mas também para irrigação e limpeza da sala de ordenha. “Antes eram 20 mil litros que podiam ser armazenados, o que nos permitia ficar até uma semana sem usar água tratada. Agora a capacidade aumentou para 60 mil litros, o que garantirá de duas a três semanas sem uso de água tratada, mesmo que nesse período não caia nenhuma gota de chuva”, calculam os produtores.
Microaçude
Na localidade de Chá da Índia, a utilização do programa “Produtores de Água” realizou-se através da abertura de um pequeno açude na propriedade de Adriano Prediger. O mesmo será usado para captar a água da chuva do terreno e armazená-la para a irrigação do pomar, aumentando a renda da propriedade.
“Já tenho um outro reservatório, mas o mesmo não estava dando conta e neste período de seca, menos ainda. Este novo açude vai ajudar muito na irrigação das frutas, que precisam de mais água nesta época do ano, até porquê, caso contrário, perdem qualidade, valor comercial, e muitos pés morrem”, destaca o empresário. Com a chuva da última semana, mesmo ainda incompleto, o açude já reservava água naturalmente.
De acordo com o secretário Douglas Sulzbach, a intenção do programa é aproximar a comunidade agrícola das soluções e contribuições que a pasta pode ofertar, seja na cedência de uma máquina, seja na orientação. “Muitas vezes são questões básicas, de baixo custo, com soluções mais simples do que imaginamos, mas que podem resolver problemas e trazer muitos benefícios a curto e médio prazo, e ainda maiores num longo período”, explica.
Sulzbach solicita que os produtores entrem em contato relatando a sua situação, para que as informações cheguem até a pasta. “Reforçamos que seguimos com nossas visitas para avaliarmos diretamente onde é possível colaborar, pois o nosso desejo é amenizar os prejuízos nestes períodos de estiagem, onde quem manda é o tempo”, esclarece. Mais informações podem ser obtidas na Secretaria de Agricultura pelo telefone (51) 3981-1055.
